sábado, 28 de julho de 2007

Separação entre Califórnia e México potenciam geotermia

Uma equipa de cientistas norte-americanos e mexicanos descobriu que o processo geológico que separa a Península da Baixa Califórnia, no México, do continente americano converte a crosta terrestre dessa zona numa espécie de «bolacha» que se parte de formas distintas.

«No Golfo da Califórnia encontrámos partes da crosta terrestre que se alongam muito antes de quebrar, enquanto outras apenas se partem», explicou Daniel Lizarralde, líder da investigação publicada na última edição da revista Nature.

Para usar um termo de comparação mais familiar, o investigador exemplificou com o que acontece à massa das bolachas: «Nas bolachas quentes a massa dilata-se antes de estalar, enquanto a mesma bolacha, quando está fria simplesmente se quebra sem que a massa mude de forma».

A única diferença é que, no caso da Península da Baixa Califórnia, todas as zonas da crosta terrestre estão à mesma temperatura, o que torna estranha a diferença na reacção geológica.

De acordo com o perito da Instituição Oceanográfica de Woods Hole (EUA), esta ocorrência não se registava há 15 milhões de anos, quando uma erupção vulcânica «sobrecozinhou» algumas partes desta «bolacha» geológica.

Mantendo o ponto de comparação, Daniel Lizarralde assinalou que «as bolachas que ficam durante demasiado tempo no forno se tornam mais frágeis do que as menos cozidas, ainda que depois arrefeçam à mesma temperatura».

Por esse motivo, algumas partes do Golfo da Califórnia fragmentaram-se há três milhões de anos, enquanto outras o fizeram muito mais tarde, dando lugar ao actual aspecto da Península, que se estende ao largo de 1.280 quilómetros no Oceano Pacífico.

Ainda segundo o cientista, a separação entre a Península e o continente americano está «quase completa», pelo que, dentro de 20 milhões de anos, a porção de terra agora unida ao México será uma ilha.

«Mais acima, no estado da Califórnia, a separação da terra prossegue nos Vales Imperial, Morte e Owens, o que leva a prever que a maior parte do Sul da Califórnia - incluindo as cidades de Los Angeles e San Diego - vai acabar por integrar a Península«, revelou o cientista.

Apesar destes movimentos geológicos parecerem prejudiciais, Daniel Lizarralde assegurou que poderão ser benéficos para o México em termos energéticos.

Isto porque, com as separações, a lava fica mais próxima da superfície da Terra, o que pode ser utilizado para produzir energia geotérmica, dado que o petróleo está cada vez mais escasso.

in Diário Digital

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Expansão do negócio aumenta dívida da EDP

A expansão da EDP, em particular na área das energias renováveis, vai aumentar a dívida da empresa. Nos resultados do primeiro semestre, é já visível uma subida da dívida líquida de 165,4 milhões de euros. A dívida liquida, que ficou nos 9,4 mil milhões de euros, deverá aumentar "nos próximos trimestres, suportando a estratégia de expansão do grupo EDP", segundo se lê no comunicado.

A eléctrica anunciou ontem lucros de 422,1 milhões de euros, um crescimento de 12,7% que ficou abaixo dos valores previstos pelos analistas. Um dos indicadores que teve evolução negativa foi precisamente o dos resultados financeiros, que se agravou em 390%, para 176 milhões de euros negativos, reflectindo um aumento de 13% nos juros financeiros líquidos, por causa da subida das taxas de juro, mas também uma redução significativa dos ganhos financeiros. Do lado positivo, é de salientar uma redução de 1,7% dos custos operacionais e uma melhoria da margem bruta de 13,6%. No primeiro semestre, os resultados operacionais cresceram 37,2% para os 827,5 milhões de euros, enquanto o EBITDA (cash flow operacional) valorizou 26,8%, para 1352,6 milhões de euros.

Nos primeiros seis meses do ano, a EDP investiu 554 milhões de euros, um crescimento de 15% face ao mesmo período de 2006, com destaque para a expansão da capacidade instalada de produção de energia e em particular da eólica. Já em Julho, a EDP selou a compra da Horizon Energy, a terceira maior operadora de energia eólica dos Estados Unidos, num investimento da ordem dos dois mil milhões de euros, que será financiada com recursos a capitais alheios.

No mercado nacional de electricidade, o semestre ficou marcado por um crescimento da procura corrigida de 2%, reflectindo um Inverno ameno. Do lado da produção, o destaque vai para o forte crescimento da energia hidroeléctrica, da ordem dos 39%, reflectindo o maior nível de água nas barragens. Só em Portugal a subida foi de 45%.

A eólica, embora com menor expressão, aumentou 65%. Pelo contrário, a produção térmica, através de carvão, gás natural e nuclear, baixou.

Os preços na bolsa eléctrica espanhola e portuguesa caíram para os prazos mais curtos.

in Diário de Notícias

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Eólioca ajuda bom desempenho da EDP

O presidente executivo da EDP, António Mexia, considerou «excelente» o desempenho da eléctrica no primeiro semestre deste ano, que registou um aumento «muito acima do sector» com resultados operacionais de 27%.

«O primeiro semestre foi excelente para a EDP. Tivemos um aumento dos resultados operacionais de 27%, sem paralelo no nosso mercado e muito acima de todo o sector», frisou António Mexia, durante a apresentação dos resultados da eléctrica.

De acordo com António Mexia, estes resultados deveram-se a três factores: «A um bom crescimento na Península Ibérica, ao contrário de outros operadores, a um aumento muito significativo também das renováveis e à recuperação da situação do mercado brasileiro».

«Todas as geografias contribuíram de uma forma muito positiva para este crescimento de 27% da EBITDA [lucro antes de imposto, juros, amortizações e depreciações]», sublinhou.

O presidente executivo da EDP salientou ainda «o crescimento do resultado líquido», na ordem dos 13%, excluindo as mais valias.

«Estamos confortavelmente em linha para o cumprimento do plano de negócios 2007/2010. A taxa de crescimento média anual (EBITDA) de 2005 a 2010 é superior a 13% e o crescimento médio anual líquido neste período estará acima dos 14% por acção», disse.

António Mexia salientou ainda o turnaround das actividades em mercado, com enfoque no retorno e nos clientes, num portfolio de geração eficiente e numa plataforma comercial.

Além disso, acrescentou, está em curso um plano de investimentos com vista a aumentar a capacidade eólica (Europa + EUA) e hídrica (Portugal + Brasil), assim como um «esforço contínuo na melhoria da eficiência».

Relativamente ao segundo semestre deste ano, António Mexia mostrou-se «optimista» e adiantou que o crescimento de EBITDA orgânico se vai manter acima do verificado no sector.

No «outlook» que fez para o segundo semestre, Mexia incluiu a contratação de 85% da produção em mercado liberalizado, uma vez que proporciona estabilidade, e a integração da Horizon, que considerou «fundamental», com uma nova forma de crescimento agressiva.

«Haverá também em função da entrada do MIBEL e da implementação dos custos de manutenção do equilíbrio contratual (CMECs) desde 1 de Julho CMECs a provável securitização dos cerca de 830 milhões de euros nos próximos trimestres», adiantou ainda.

O presidente executivo da Eléctrica aludiu ainda à venda de 25% da Rede Eléctrica Nacional (REN), uma operação que ficará concluída no quarto trimestre deste ano.

Na Agenda Estratégica, António Mexia incluiu a manutenção do enfoque na rentabilidade e a política atractiva para os clientes, o crescimento do fornecimento de gás baseado na flexibilidade dos contratos de fornecimento a baixo custo.

Quanto à energia eólica, António Mexia adiantou que a agenda vai recair «no cumprimento do pipeline anunciado para a Europa e os EUA» e na «concretização do desenvolvimento dos projectos hídricos em Portugal e no Brasil».

O resultado líquido consolidado da EDP cresceu 12,7% no primeiro semestre do ano, face a igual período do ano passado, para 422,1 milhões de euros.

Os proveitos operacionais cresceram 7,4%, para 5,62 mil milhões de euros, com a margem bruta a subir 13,6%, para 2,26 mil milhões de euros, precisou a eléctrica na nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O lucro antes de imposto, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) melhorou 27%, para 1,35 mil milhões de euros, com o resultado operacional (EBIT) a subir 37,2%, para 827,5 milhões de euros.

A EDP atribuiu a subida do EBITDA consolidado à «melhoria das actividades liberalizadas» do grupo na Península Ibérica, bem como à melhoria do EBITDA das actividades de distribuição reguladas em Portugal, Brasil e Espanha.

in Diário Digital

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sexta-feira, 27 de julho de 2007

Mato Grosso prepara plano hidrológico

Um dos mais importantes instrumentos para a gestão integrada e participativa das águas do Estado de Mato Grosso do Sul será lançado na próxima segunda-feira (30), na capital. O Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH) estabelece as diretrizes para a gestão, outorga de direito de uso e cobrança pelo uso dos recursos hídricos. O Plano de Recursos Hídricos já era previsto na Constituição do Estado de MS e, mais recentemente, nas Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997) e na Política Estadual de Recursos Hídricos (Lei nº 2.406/02).

O principal objetivo do PERH-MS é adequar a gestão dos recursos hídricos em função das diversidades e especificidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das bacias hidrográficas e municípios do Estado. A utilização da bacia hidrográfica como unidade de planejamento é uma das inovações trazidas pela legislação de recursos hídricos. O processo de elaboração do plano também orienta de forma técnica, estratégica e política, a ação do Conselho Estadual e das outras instâncias do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. O plano será implantado por lei.

As ações são coordenadas e executadas por cooperação técnica entre o Governo Federal (Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano / Programa Pantanal - Ministério do Meio Ambiente), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul (Secretaria de Estado do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia - Semac/ Superintendência de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Supema/ Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul - Imasul).

Com a contratação de consultores técnicos, o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH-MS) vai produzir nos próximos oito meses o diagnóstico e o prognóstico com a indicação de programas de ações emergenciais, ações continuadas e de investimentos necessários ao gerenciamento das águas do Estado. Outro trabalho que será realizado pelo PERH-MS é a construção de cenários, até o ano de 2020, de desenvolvimento econômico, crescimento demográfico, atividades produtivas e as repercussões na qualidade e quantidade das águas. As atualizações sobre a disponibilidade hídrica serão feitas a cada cinco anos.

A elaboração do PERH-MS será, ainda, um importante subsídio ao Zoneamento Ecológico-Econômico de Mato Grosso do Sul, em elaboração pelo governo estadual. Participam diretamente do processo o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, o Comitê da Bacia do Rio Miranda e a sociedade, por meio de seminários.

Estão confirmadas as presenças do governador André Puccinelli; do secretário Nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Eustáquio Luciano Zica; do diretor do Departamento de Recursos Hídricos da SRHU/MMA, João Bosco Senra; do presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado; do superintendente adjunto de Implementação de Programas e Projetos da ANA, Humberto Cardoso Gonçalves; do Secretário de Estado do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia, Carlos Alberto Negreiros Said Menezes; do secretário de estado adjunto da Semac, Mário Monteiro e do superintendente de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Supema), Roberto Ricardo Machado Gonçalves.

Além das superintendências da Semac (Meio Ambiente e RH, Planejamento, Cidades, Ciência e Tecnologia e Orçamento e Programas), também estarão presentes consultores do Plano Estadual de Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul. Foram ainda convidadas outras secretarias de Estado, as prefeituras municipais, membros cadastrados no Conselho Estadual de Recursos Hídricos, do Comitê da Bacia do rio Miranda, instituições governamentais e não-governamentais e representantes de universidades e centros de pesquisa.


Riquezas hídricas

A proteção dos recursos hídricos impõe o desafio da conservação e uso sustentável, em especial para Estado de Mato Grosso do Sul. No Estado, as águas se constituem numa das principais riquezas, suficientes para atender às necessidades da população e do meio ambiente. Duas grandes bacias hidrográficas, a do Paraná e do Paraguai, estão presentes e se interagem através de extensa malha hídrica superficial, subterrânea e de áreas úmidas.

Na Bacia do Alto Paraguai, Mato Grosso do Sul tem mais de 173 mil km². Nela, o Estado compartilha com Mato Grosso, Bolívia e Paraguai um Patrimônio Natural da Humanidade e Patrimônio Nacional pela Constituição Federal - o Pantanal. Esta é a maior área úmida continental de água doce do planeta.

Já na Bacia do Paraná, MS tem quase 170 mil Km², numa região que concentra o maior desenvolvimento econômico do Estado. Os recursos hídricos são aproveitados para geração de energia elétrica e desenvolvimento da agropecuária, pesca, turismo e diversas atividades industriais, mas também sofrem em virtude de grandes pressões com desmatamentos.

Mato Grosso do Sul também dispõe de importantes reservas subterrâneas de água doce. Entre elas está a principal da América do Sul e uma das maiores do mundo: o Aquífero Guarani. Cerca de 59% do território de MS está em área da reserva, sendo o Estado brasileiro com maior área do Aqüífero no país (ocupa 25,4% da extensão total).

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Célula solar bate recorde de eficiência

Pesquisadores da Universidade de Delaware, Estados Unidos, conseguiram bater o recorde de eficiência energética das células solares cristalinas, atingindo um rendimento de 42,8% de conversão sob condições normais de iluminação. As células solares cristalinas são o tipo mais tradicional de célula fotovoltaica, sendo fabricadas de silício, o mesmo material com que são feitos os chips de computador.

Recorde de eficiência

O recorde anterior de eficiência das células solares cristalinas, de 40,7%, pertencia aos mesmos pesquisadores. Eles conseguiram o novo avanço depois de desenvolver um novo sistema óptico de concentração da luz e de incorporar uma série de pequenas inovações a todo projeto da célula solar.

Para se ter uma idéia do avanço alcançado, o recorde anterior de 40,7% de eficiência utilizava uma lente do tamanho de uma mesa e com uma espessura de 30 centímetros para concentrar a luz solar exatamente sobre a célula. Agora, a nova célula capaz de converter a luz do sol em eletricidade com uma eficiência de 42,8% precisa de uma lente que não chega a 1 centímetro de diâmetro. Para uma comparação com células solares orgânicas, que utilizam outra tecnologia, veja Células solares duplas são as mais eficientes já fabricadas.

"Esta é uma célula solar que funciona. Esta tecnologia tem o potencial para mudar a forma como a eletricidade é gerada ao redor do mundo," diz o pesquisador Allen Barnett, ressaltando que a diminuição do aparato óptico permite a utilização das células até mesmo para abastecer um computador portátil.

Célula solar cristalina

As novas células solares de altíssima eficiência utilizam um novo sistema de concentração óptica lateral, que divide a luz solar em três diferentes níveis de energia - alto, médio e baixo - dirigindo-os para o interior de células solares feitas com materiais de diferentes sensibilidades à luz. Assim, tira-se proveito da maior parte do espectro eletromagnético, evitando o desperdício de luz.

O sistema óptico é fixo, eliminando a necessidade dos caros sistemas de posicionamento, responsáveis por manter as células solares sempre apontadas para o Sol. Trata-se de um concentrador óptico com um grande ângulo de captura da luz, que envia diferentes concentrações de luz para cada célula solar especializada naquela freqüência.

Escala industrial

O próximo passo é converter os processos feitos em laboratório para a escala industrial, a fim de que as novas células solares possam chegar ao mercado. Elas têm duas vezes a eficiência dos módulos fotovoltaicos atualmente sendo comercializados, e poderão representar um enorme incentivo ao uso da energia solar.

O esforço consistirá na montagem de uma fábrica-piloto, que deverá estar pronta em cerca de 3 anos. O investimento, estimado em US$100 milhões, será compartilhado entre órgãos do governo norte-americano e por empresas privadas.

Até lá, porém, as novas células já serão utilizadas em sistemas aeroespaciais, que exigem painéis pequenos em relação ao que a economia como um todo poderá demandar para uso doméstico e industrial.

E as pesquisas vão continuar: o objetivo dos pesquisadores é chegar à produção de células solares em volume industrial com um rendimento energético de 50%, utilizando estruturas de concentração óptica viáveis para uso comercial, tanto em termos técnicos e de dimensões, quanto em termos de custos.

In Inovação Tecnológica

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Alemanha quer liderança nas eólicas

A indústria alemã de energia eólica reafirmou seu lugar no mercado internacional em 2006, com 40% de crescimento. A afirmação é de Thorsten Herdan, diretor gerente de Power Systems na Confederação dos Construtores de Máquinas e Instalações Industriais VDMA.

O faturamento de produtores e fornecedores nacionais cresceu de 4 bilhões de euros, no ano anterior, para 5,6 bilhões de euros. Isto significa que o país manteve sua participação de 37% no mercado mundial do setor, o qual apresentou faturamento de 15,4 bilhões de euros, em 2006. Tais números significam ainda que a Alemanha manteve-se campeã absoluta da energia produzida pela força do vento.

A quota de exportação elevou-se de 71% para 74%. Contudo, segundo Herdan, somente 15% das instalações eólicas do mundo são produzidas na Alemanha, o que demonstraria a importância crescente da exportação neste setor.

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China aposta nas eólicas para as Olímpiadas

As estações eólicas que vão fornecer energia para os Jogos Olímpicos de Pequim de 2008 começaram a ser construídas. O projeto reflete os esforços ambientais da China há quase a um ano do início da competição, informou na terça-feira 24 de julho a imprensa estatal.

As novas centrais energéticas, orçadas em US$ 75 milhões (R$ 138,2 milhões), são um dos projetos lançados pelo governo chinês para cumprir a meta de ter um quinto dos equipamentos olímpicos funcionando inteiramente com energia eólica. A poluição ambiental tem sido uma das principais críticas à sede dos jogos de 2008, preocupando atletas.

Os 33 geradores que estão sendo erguidos na periferia de Pequim, aos quais vão se juntar outros parques nas províncias vizinhas, fornecerão ainda eletricidade a 100 mil casas, segundo o jornal China Daily.

Em editorial, o mesmo diário afirma que os 100 milhões de quilowatts por ano que essas centrais vão produzir terão um impacto reduzido, tendo em conta as necessidades que a cidade e o país têm de combustíveis fósseis.

Só em Pequim, o consumo energético anual é de 60 bilhões de quilowatts. Mesmo com a instalação das estações eólicas, a cidade e o país continuarão dependentes da energia produzida por centrais de carvão altamente poluentes.

O jornal oficial diz que o início da construção das estações eólicas é "simbólico da nova dimensão das campanhas amigas do ambiente" no país.

Graças ao rápido desenvolvimento entre 2001 e 2005, a capacidade total das novas estruturas de energia eólica atingiu 1,26 milhão de quilowatts, tornando o país o décimo maior do mundo com capacidade instalada e o terceiro da Ásia.

Com 44 campos construídos no país, a China é já o maior mercado de energia eólica do mundo, depois da Europa, Estados Unidos e Índia, segundo a agência Nova China.

O objetivo do país é que 16% da energia gasta em 2020 seja produzida com fontes renováveis, o que representará um aumento de 7,5% em relação aos valores atuais. O rápido crescimento industrial da China transformou o país asiático num dos maiores emissores de gases de efeito de estuda, responsáveis pelo aquecimento do planeta.

Segundo uma pesquisa do governo holandês, divulgada em junho, a China ultrapassou em 2006 os Estados Unidos da América como maior emissor mundial de dióxido de carbono, o principal gás de efeito de estufa, causador do aquecimento global

A China, com mais de 1,3 mil milhões de habitantes, defende-se com as contas per capita, segundo as quais as emissões americanas correspondem ainda ao dobro das chinesas.

in Jornal Mundo Lusitano

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domingo, 22 de julho de 2007

Nordeste brasileiro com problemas energéticos num futuro breve

"Os recursos energéticos do Nordeste chegaram ao limite". A assertiva do professor João Nildo de Souza Vianna foi feita ontem, margeando "A questão energética do Nordeste" - painel de abertura do Fórum BNB de Desenvolvimento. Mas o diagnóstico do coordenador do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/Unb) é de uma repercussão em 2012, quando o Nordeste pode ficar às escuras. "O crescimento da oferta de energia está compatível com o não crescimento da economia", confronta Vianna. "O Centro-Sul, por exemplo, se atingir 4%, 4,5% de crescimento, daqui a três anos, terá um déficit energético", projeta.

Para o coordenador do CDS/UnB, os governos (federal e locais) têm que tomar medidas rigorosas "de melhoria da eficiência energética". Controlar o desperdício. Segundo João Nildo, 15% de energia se perde em transformadores, linhas de transmissão e "gatos" (ligações clandestinas); muito acima dos 5% a 7% toleráveis pelos padrões internacionais. "É melhor reduzir essas perdas do que construir usinas", orienta o pesquisador. A partir desse controle, João Nildo contabiliza cerca de 1.000 megawatts ou 7% a 8% a mais de fornecimento de energia.

Mais energia também pode ser produzida no campo. O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, proposto pelo Governo Federal desde 2003, é um bom investimento, avalia João Nildo. Em números citados por João Augusto de Araújo Paiva, gerente de implantação do Projeto Biodiesel Petrobras, durante o painel no BNB: o Brasil produziu 0,7 milhão de litros do combustível em 2005; 69 milhões de litros em 2006; e deve chegar a 720 milhões de litros este ano. Noutra perspectiva: "É uma oportunidade de emprego e renda que não se pode perder", destaca João Nildo Vianna.

"O grande desafio é a construção de uma produção sustentável", atenta o gerente de implantação do Projeto Biodiesel Petrobras. Os nós vão dos financiamentos à organização dos agricultores em cooperativas (capacitação). Além do equilíbrio no aumento gradual da produção de grãos "para se chegar a uma auto-eficiência. Mas é preciso ter cuidado para não cair na monocultura. A convivência com o semi-árido é fundamental", alerta Araújo Paiva. "O biodiesel tem um espaço enorme para crescer, tanto internamente quanto externamente. Agora, tem que ser (um plantio) consorciado com o alimento básico", dialoga João Nildo (CDS/UnB).

O Fórum BNB de Desenvolvimento termina hoje, em par com o XII Encontro Regional de Economia. A linha-mestra do encontro que celebra os 55 anos do Banco do Nordeste é "O Nordeste e o novo ciclo de investimentos".

Outras informações

- O Nordeste pode aproveitar o potencial para a geração de energia eólica e reforçar o fornecimento na Região. Até 2005, a capacidade instalada era de 28,7 MW e em 2006 passou para 237 MW.

- Segundo o professor João Nildo, da UnB, “o chuveiro elétrico é o grande vilão da ineficiência da energia elétrica”. Para reverter a perda, ele sugere investir R$ 2.800 (em média), por casa, em aquecimento solar.

- É possível aproveitar o potencial do Nordeste também para produzir biodiesel. Hoje, a Região produz 285 mil metros cúbicos/ano do combustível. Com as novas fábricas, estima-se que a produção supere 522 mil metros cúbicos/ano.

- A estrutura da oferta de energia no Brasil em 2006 é de 1,6% de carvão e derivados, 4% de gás natural, 4,2% de biomassa (inclui lenha, bagaço de cana, entre outras), 8,7% vindas de importação, 0,05% de eólica, 2,6% de derivados do petróleo, 3% de nuclear e 75,9% de hidráulica.

- O BNB contratou, de 2003 a junho deste ano, financiamentos no valor de R$ 1,4 bilhão com empresas do setor energético nordestino, beneficiando 22 projetos nos diferentes estados.

in Jornal O Povo

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Estudantes discutem energias alterantivas em Coimbra

Estudantes de 17 países europeus vão analisar, na Universidade de Coimbra, a problemática das energias renováveis, no âmbito de um curso de Verão organizado pelo grupo Board of European Students of Technology (BEST). A partir de segunda-feira e até 3 de Agosto, 22 alunos de tecnologia vão estudar temas como a energia solar, biomassa, biogás, energia eólica, hidroelectricidade, hidrogénio ou as células de combustíveis.

Além dos 22 estudantes, oriundos de países como a Holanda, França, Grécia, Croácia, Roménia, Polónia, Eslovénia, Alemanha, Turquia, Espanha, Sérvia, Letónia, Noruega, Itália, Eslováquia, Hungria e Bulgária, vão também participar no curso 27 alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Além da parte teórica, o curso inclui ainda visitas de estudo à empresa Martifer, ao Laboratório de Aerodinâmica Industrial da Universidade de Coimbra, à Central de Biomassa de Mortágua e à Central Hidroeléctrica da Aguieira.

A sessão de abertura está marcada para segunda-feira, às 9.30 horas, no Salão da Reitoria da Universidade de Coimbra.

Presente em 28 países europeus e em 70 universidades, o grupo BEST tem como objectivo ajudar os estudantes europeus nas áreas das tecnologias a obter experiências internacionais e a perceber as diferentes culturas europeias.

in Jornal de Notícias

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