quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Entrevista Ferreira de Oliveira, presidente da Galp no Diário Económico

Quais os objectivos da Galp a curto prazo?
O objectivo da Galp a curto prazo é sustentar e fazer crescer o valor da sua acção, mantendo resultados que sejam iguais ou superiores aos previstos pelos analistas. E, ao mesmo tempo, manter uma equipa interna coesa, unida, capaz de gerar uma cultura de ambição, rigor e de criar oportunidades de crescimento que crie riqueza para todos.

Qual vai ser a estratégia em investimento e criação de postos de trabalho?
A maior alegria de qualquer gestor com alguma sensibilidade social é criar postos de trabalho. Mas primeiro temos e ter bons resultados com as operações que temos para gerarmos recursos que são investidos em activos que por sua vez empregam pessoas. Este é o círculo virtuoso.

Mas a médio e logo prazo qual é o vosso plano de investimento?
Temos planos de investimentos muito grandes. O que já foi divulgado aproxima-se dos quatro mil milhões de euros, a realizar até 2011. Periodicamente, em função dos resultados, vamos actualizando o plano de negócios. Neste momento estamos nessa fase de reflexão e antes do final deste ano actualizaremos aquele valor. Grande parte desse investimento, 1,2 mil milhões de euros, destina-se à melhoria do aparelho refinador em Sines: processo de refinação, aumento da capacidade de co-geração e outros projectos complementares. No Porto, num projecto da mesma natureza, vamos investir cerca de 500 milhões de euros. Já estamos a construir neste momento uma unidade de co-geração em Sines e temos está em processo de licenciamento uma outra no Porto.

Quando é que estarão concluídas?
Sines estará concluída no fim do próximo ano e a do Porto em finais de 2009, se tudo correr como esperamos, no licenciamento.

E há postos de trabalho?
Em número relativamente pequeno. Uma central de co-geração emprega sete a dez pessoas. É muito automatizada. Mais importante do que os postos de trabalho que cria directamente é o facto de tornar a unidade industrial mais eficiente criando o tal circulo virtuoso: sendo mais eficiente produz mais resultados o que liberta recursos para novos investimentos.

Que tipo de postos de trabalho, qualificados ou não?
Os postos de trabalho que a Galp Energia cria no centro de gravidade da sua actuação requerem qualificações elevadas. No grupo trabalham 6.400 pessoas, das quais mais de três mil têm qualificações muito específicas.

A Galp é uma empresa que está em todas as áreas da energia. Qual é a prioritária?
A Galp Energia é, usando um anglicismo, uma ‘Total Energy Company’, está em toda a cadeia do processo energético. Começamos a nossa actividade na pesquisa de fontes de energia, onde estamos hoje nas águas profundas de Timor, em Moçambique, Angola, Brasil e nos primeiros estudos na costa portuguesa. E estamos a estudar outras áreas de intervenção. Essa energia primária é convertida em combustíveis, asfaltos, os lubrificantes … Depois, temos a cadeia de distribuição e as estações de serviço que todos conhecemos. Esta é a cadeia do petróleo e gás. Mas além disso estamos também a transformar estes produtos em electricidade. Fazemo-lo nas nossas refinarias, onde temos duas centrais eléctricas que as alimentam. E neste momento avançamos para duas para centrais de co-geração. Temos como objectivo construir duas unidades de ciclo combinado de 400 megawatts, em Sines. Estão em processo de licenciamento, para produzir e comercializar electricidade, o que será uma alternativa à EDP para os consumidores. Temos outras ambições. Estamos muito atentos ao programa ambicioso do Governo na hidroelectricidade e vamos concorrer a todas as licenças. Estamos atentos para crescer no sector eléctrico, quer na dimensão comercial como produtiva.

Neste plano a cinco anos qual a que é a área prioritária de crescimento?
Na energia, cinco anos é curto prazo, é aquilo que já estamos a fazer. O investimento que estamos a fazer na refinaria de Sines entra em produção em 2011. Dez anos é médio prazo e 15 anos longo prazo. Há projectos onde estamos a investir olhando a 15 anos, para o longo prazo. Por exemplo, assinámos há cerca de dois meses atrás com a Petrobras e a Partex uma parceria para quatro blocos no ‘off-shore’ profundo da costa portuguesa. Só estaremos preparados para começar a fazer sísmica, a primeira fase de intervenção no terreno neste espaço de 12 mil quilómetros quadrados, daqui a um a dois anos. Agora estamos a fazer estudos de natureza geológica. Depois da sísmica teremos de fazer a perfuração exploratória que levará três a cinco anos. São cerca de 10 anos. E se a natureza for generosa e nós tivermos sido competentes levaremos ainda mais dois ou três anos para começar a produzir.

Isto significa que, se existir petróleo, só em 2020 é que Portugal o poderá começar a vender?
É verdade. Estamos a gastar recursos hoje e se lá existir petróleo estaremos com esse petróleo no mercado em 2020. Cada fase deste projecto é de resultado zero ou um. Primeiro estudamos a geologia que por sua vez leva ao estudo da sísmica, e nessa altura poderemos ter de decidir abandonar o processo. Passo à fase seguinte que é perfuração exploratória, que já é cara. Cada poço custa 50 a 70 milhões de dólares. Já temos de avançar com um grau de confiança elevado.

Colocando a questão de forma mais popular, daqui a cinco seis anos é que saberemos se há petróleo.
Daqui a cinco a seis anos [2013] saberemos qual é a probabilidade de encontrarmos hidrocarbonetos no ‘off-shore’ profundo da costa portuguesa.

E qual é a área de negócio que a Galp quer crescer mais? Há domínios que já estão relativamente maduros…
Na refinação temos uma posição no mercado ibérico. O consumo total de produtos petrolíferos está mais ou menos estabilizado. A possibilidade de criar valor neste domínio é ser mais eficiente. Na área da distribuição a retalho a Galp tem 37% de quota de mercado e no mercado grossista tem cerca 50%. Aqui também não temos grandes oportunidades de crescimento. Quem tem esta quota de mercado não é fácil crescer. Se existirem oportunidades vamos aproveitá-las, mas não é a nossa âncora de crescimento.
E no exterior?
Estamos a crescer e vamos continuar em Espanha. Na distribuição temos também uma presença modesta mas bem distribuída nos países africanos de língua portuguesa. E à medida que a economia africana evolua podemos ter oportunidades de crescimento nesses países. Mas além daquelas áreas, no negócio do gás, também temos uma quota elevada, com 100% do mercado gás e distribuímos cerca de 72% do que chega às casas e à indústria. Também aqui temos de crescer com economia [de custos].

Restam poucas áreas…
A área de crescimento da nossa empresa em termos de volume é no sector eléctrico, onde somos muito pequenos. Outra área é a da produção e exploração de crude. Os três grandes negócios são a refinação, o gás e a distribuição de produtos petrolíferos. Os negócios de crescimento são o petróleo e o sector eléctrico.

E a ideia é crescer organicamente e não através de aquisições?
Queremos crescer organicamente ou através de parcerias. No negócio de exploração e produção de petróleo e gás, que é de alto risco, nunca se vai sozinho. Tal como acontece no gás.

E na electricidade?
Na electricidade estamos a construir uma estratégia sustentada que nos permita evoluir como uma verdadeira alternativa à EDP.

E isso significa? A construção de centrais levará muito tempo…
O negócio eléctrico tem a parte da comercialização em que os distribuidores compram na rede grossista. Podemos entrar nesse mercado, comprando por grosso. Como temos grande parte dos clientes no gás, existem sinergias claras na venda também de electricidade. Mas para isso precisamos que este mercado exista, o que não acontece. Estão a dar-se passos para que comece a existir.

O mercado não existe porque o preço é inferior ao custo.
Porque existem tarifas reguladas que não permitem a existência de concorrência efectiva.

As recentes medidas adoptadas pelo Governo no sentido de impedir a subida dos preços da electricidade para valores mais próximos do mercado atrasaram ainda mais essa concorrência?
Quanto maior for a intervenção nos preços mais se está a contribuir para a perpetuação do mercado do incumbente [a EDP] porque não se abre espaço para a entrada de outros operadores. Concordo com a maioria das razões, não com todas, que levam os governos em geral a intervir nos preços. Em termos conceptuais, quando o Governo regula de forma que os preços não estão associados aos custos cria mecanismos de compensação dirigidos ao incumbente, já que é ele que está a prestar esse serviço

Está a dizer-me que estas medidas do Governo que levaram à demissão de Jorge Vasconcelos da entidade reguladora acabaram por proteger ainda mais a EDP e prejudicar a expansão da Galp na electricidade?
Não queria dizer isso. Queria apenas dizer que só quando os preços traduzem os custos é que existem condições para um mercado competitivo. O processo é válido quer no sector eléctrico quer no gás. Neste é a Galp o incumbente. Os passos que estão a ser dados pelo Governo e pelo regulador vão na direcção de chegarmos o mais cedo possível a mercados aberto. É nesse sentido que a Galp espera, um dia, operar no sector eléctrico. Como não tenho dúvidas que outros operadores entrarão no mercado do gás.

Quando é que um cidadão comum pode esperar escolher a Galp como seu fornecedor de electricidade?
Em termos teóricos já o podia fazer agora [o enquadramento jurídico já existe]. Na prática não pode porque não existem condições para actuar no mercado. No gás também não se pode escolher. E neste segmento só existirá enquadramento jurídico em 2009.

Durante muitos anos vamos ser obrigados a ser clientes da EDP na electricidade e do gás na Galp.
Acredito que não. Pelos contactos que tenho, vejo que há da parte do Governo um empenho genuíno no sentido de criar todas as condições para que a concorrência venha a existir. A Galp deseja esse contexto. A origem da Galp é a actividade de refinação e distribuição que vive num ambiente profundamente concorrencial. No gás não operamos nesse ambiente e celebraremos o dia em que isso acontecer.

Mas já produzem alguma electricidade?
Produzimos nas nossas centrais e temos mais três unidades de co-geração em instalações de grandes clientes. Vendemos vapor e alguma electricidade e o que sobra colocamos na ‘pool’. Entraremos de facto no sector quando tivermos a funcionar as duas unidades de ciclo combinado de 800 megawatts em Sines, em 2009 a primeira e em 2010 a segunda. Aí já seremos um operador relevante. As centrais de co-geração são essencialmente para a refinaria, embora exista uma parte que pode ser colocada no mercado.

E no concurso que ganharam na eólica?
A energia eólica mais do que um negócio é um projecto. Na eólica concorro para levantar uma torre e tenho garantida a compra da energia, com prioridade sobre as outras energias por razões ambientais. Não tenho de me preocupar em vender electricidade, já está vendida. Só tenho é de produzir. E é uma energia que tem um preço mais elevado que a outra, porque a sociedade a valoriza mais. Os projectos eólicos não aumentam a concorrência, são de raiz económica e ambiental.

No domínio da hidroeléctrica foi revelado recentemente que iriam ‘dividir’ as águas com a EDP?
Não temos nenhuma espécie de Tratado de Tordesilhas sobre estas matérias. O Governo, e bem, quer intensificar os investimentos no sector hidroeléctrico, o que é necessário até por causa das eólicas. Se houver muita energia eólica em alturas de pouco consumo de electricidade aquela pode ser usada para bombear água para as barragens, acumulando energia eólica sob a forma de água. A Galp vai concorrer às hidroeléctricas com empenho e convicção. Queremos ganhar.

No Alqueva também não existe um acordo com a EDP?
Foram reconhecidos alguns direitos especiais à EDP na exploração do Alqueva. A Galp está disponível, como sempre esteve, no Alqueva ou em qualquer outra central hidroeléctrica da EDP, para participar numa parceria. Se tivermos essa oportunidade, diremos que estaremos disponíveis para investir com a EDP.

E lançar uma OPA sobre a EDP, sempre foi equacionada?
Não passou de um projecto. Só se soube depois de já não existir. A nossa empresa tem no seu código genético a concorrência, ganhamos mais dinheiro em ambientes competitivos. E pensámos de uma forma muito simples. Nós somos o incumbente do gás, a EDP é o da electricidade. O projecto era fundir a GDP com a EDP e criar duas empresas de gás e electricidade, uma mais pequena com um mercado de 30 a 40% e outra com 70% a 60%, que seriam colocadas em concorrência. Tal como existe entre a TMN e a Vodafone. A maior ficaria no universo Galp e a mais pequena era vendida com um concorrente internacional para concorrer com a primeira criando uma concorrência simultânea nos mercados de gás e electricidade.

E o que é que o fez desistir do projecto?
Verificámos que tínhamos condições económico-financeiras para o realizar mas não encontrámos um enquadramento estratégico que o justificasse. E nem cheguei a levar o tema ao Conselho de Administração da Galp. O meu dever é estudar os projectos, analisar a sua viabilidade técnica e económica e o seu enquadramento estratégico. E só levo o tema a Conselho quando vejo que tem esse enquadramento. Não consegui o enquadramento estratégico.

O que quer dizer com enquadramento estratégico?
Que todos os ‘stakeholders’ estivessem convencidos que esse projecto era a melhor forma de criar valor para a Galp e para a sociedade na qual nos inserimos. E quando analisei todo o contexto verifiquei que era matéria que não deveria ir a Conselho.

Isso significa que não havendo nada para comprar não há outra alternativa se não crescer organicamente.
Essa foi a primeira forma em que pensamos crescer. Uma vez que não foi possível ir por esse caminho, temos de crescer com projectos novos. Um projecto eléctrico novo demora quatro a cinco anos a executar: um ano para licenças, outro para projecto e dois a três anos para construir uma grande central eléctrica. Estamos com duas grandes unidades nessa fase, as tais de Sines.

Qual é a perspectiva para a primeira barragem, um projecto hidroeléctrico?
Temos grandes possibilidades de o conseguir uma vez que o nosso principal concorrente tem quase cem por cento de quota de mercado. Pode ser que isso seja para nós uma vantagem competitiva. Mas vão concorrer outras empresas internacionais.

Há alguma localização [de barragem] que prefira?
Não vou referir porque estaria a dar cartas aos meus concorrentes. Estamos disponíveis para ir a todos os concursos de hidroelectricidade que existam no nosso país, com critérios de racionalidade económica.

Quanto ao acordo com a Petrobras para as 600 mil toneladas de biocombustível. Quando é de esperar o primeiro fornecimento?
Os biocombustíveis são um produto novo, a energia renovável dos transportes. Os de segunda geração são mais caros de produzir mas têm melhor desempenho ambiental e como combustível que o mineral, posso dilui-lo até 100%. Teremos de investir nas nossas refinarias para cima de 200 milhões de euros para processar este tipo de produto. A matéria-prima é o óleo vegetal que se tem designado crude verde. A nossa parceria com a Petrobras é para produzir petróleo verde. O óleo vegetal pode ser transformado no Brasil ou em Portugal. Vamos ter um mix. Para o mercado português vamos produzi-lo nas nossas refinarias onde será convertido em biodiesel de segunda geração. Com o remanescente faremos biodiesel de primeira geração no Brasil ou em Portugal para comercializar na Europa.

E quando?
Está uma equipa no Brasil com quem até tenho trabalhado pelo telefone. O plano de negócio é conduzir ao registo da sociedade que será 50% Galp e 50% Petrobras.

Como é que se vai chamar?
Temos uns nomes, mas deixo essa revelação para o dia do baptismo. Para termos produtos de oleoginosas precisamos de pelo menos dois anos. Primeiro tem de se contratar com os agricultores. Diria que em 2010 já temos volumes grandes e em 2011 ou 2012 estaremos em velocidade de cruzeiro. Isto envolve cerca de 600 mil hectares de terreno. Estamos a falar de uma grande projecto de agro-energia. O nosso plano é fazer um milhão de hectares de oleoginosas, 600 mil no Brasil e 400 mil em África.

Angola ou Moçambique?
Em Angola e Moçambique. Para vender em Portugal e nos mercado europeus. Este é um projecto está verticalmente integrado. Hoje já fazemos isso nas gasolinas, compramos crude, produzimos mais gasolina do que consome o mercado interno e somos grandes exportadores desde 1995. Nos Estados Unidos já somos um fornecedor estabelecido. No gasóleo infelizmente já é o contrário, importamos. Estamos a reforçar as refinarias para aumentar a produção de gasóleo. No biodiesel queremos estar na posição das gasolinas, abastecer o mercado nacional e os mercados internacionais.

A Galp está a ser a única neste tipo de projecto com a Petrobras?
Vão aparecer mais projectos mas, neste momento, dos operadores que estão a colocar no mercado biocombustíveis é o único que conheço verticalmente integrado, com a tecnologia definida, estudos de mercado e de produção bem fundamentados e com dois parceiros com competência para fazer o que dizem que vão fazer. Considero que é, neste sector, dos projectos mais bem estruturados do mundo neste momento.

Mas não há outras grandes empresas neste negócio? A Repsl, por exemplo, hoje um grande gigante mundial…
A Repsol está com um projecto muito ambicioso mas, na minha opinião, menos perfeito que o nosso. Assim como a Neste Oy, empresa finlandesa. Têm uma estratégia diferente, não são verticalmente integrados, estão concentrados no processo de produção e distribuição. Uma empresa que anunciou passos parecidos com os nossos foi a BP com uma empresa das Filipinas. É uma área onde a Galp tem obrigação de ser uma referência.

No caso de Angola e Moçambique já têm as negociações avançadas?
Sim, já temos os projectos avançados mas não posso dar mais detalhes. Pensamos que o projecto todo de biocombustíveis estará em condições de ser divulgado até ao fim deste ano. Já com a sua dimensão económica e investimentos, esforços e resultados esperados.

Uma das afirmações que fez foi que só com Angola e Moçambique é que conseguiríamos atingir o objectivo de 10% de biocombustíveis em 2010 consagrado no Plano energético nacional.
O país precisa de cerca de 700 mil toneladas de biocombustíveis para cumprir esse objectivo de 10% dos combustíveis rodoviários. Para isso precisamos 700 mil hectares. Com o Brasil temos 600 mil mas para nós são 300 mil, falta ao país os restantes 400 mil. Nós não pretendemos abastecer a totalidade do mercado português. Mas vamos completar a nossa operação para sermos um operador relevante na Europa.

A tecnologia dos automóveis híbridos também movidos a electricidade não pode ser uma ameaça a este negócio dos biocombustíveis?
Hoje em dia, todas as fontes de energia são necessárias para satisfazer as necessidades energéticas. Não tenho dúvida que os netos da minha neta vão viver num mundo em que os transportes serão com biocombustível, eventualmente de terceira geração, e com hidrogénio e electricidade. Daqui a cem anos o sector dos transportes deixará de ter emissões de CO2 [dióxido de carbono]. O hidrogénio é o combustível ideal, combinado com o oxigénio do ar e liberta energia que produz electricidade e tem como produto secundário a água.

Isso significa que o negócio que está mais ameaçado é o do petróleo?
Não está mais ameaçado. As empresas evoluem. Os maiores produtores de hidrogénio são as indústrias petrolíferas. As nossas duas refinarias de Sines e Porto são grandes produtoras de hidrogénio que usamos para melhorar os combustíveis minerais. O gasóleo de hoje é completamente diferente do de há 30 anos. Os combustíveis têm sido cada vez menos intensivos em carbono. O primeiro combustível que o homem usou foi a lenha, que praticamente só tem carbono. O carvão já é um hidrocarboneto. O petróleo tem menos carbono ainda. E o gás natural tem mais hidrogénio e menos carbono. As gasolinas e naftas têm ainda menos carbono e mais hidrogénio. Temos evoluído, ao longo dos últimos dois séculos, de uma economia intensiva em carbono para uma economia que é cada vez mais hidrogénio. E a indústria tem acompanhado esse movimento. As grandes multinacionais, a Shell e a BP, tiveram minas de carvão que hoje não têm. E se olhar agora para os seu activos, estão mais focalizadas em gás que em petróleo. Os carros eléctricos são uma evolução. Nos negócios começamos sempre do mercado para a fábrica, e nunca o contrário. O mercado vai exigindo produtos diferentes, e no caso dos combustíveis exige cada vez mais duas coisas: hidrogénio e electricidade. Numa linguagem transgeracional as empresas vão-se adaptando ao que o mercado procurar.

Combustíveis mais amigos do ambiente?
A electricidade não tem emissões e no caso do hidrogénio o sub-produto é água. E a electricidade e o hidrogénio terão de ser também produzidos por processos amigos do ambiente. É para aí que caminhamos, com as energias renováveis, com as tecnologias aplicadas às energias fósseis também elas cada vez mais amigas do ambiente.

Esta evolução no consumo de energia por afectar os equilíbrios geo-políticos actuais?
Os equilíbrios geo-políticos que conhecemos hoje são recentes. Ocorreram nos últimos dois séculos. O petróleo, o gás e o carvão são energia solar armazenada. A única fonte de energia que dispomos é a solar. Durante muito tempo o homem consumiu menos energia do que era produzida na Terra. Estamos a consumir aquilo que o Sol ontem nos deu. Chegará um tempo em que consumiremos o que chega. A partir do momento em que os recursos estejam igualmente distribuídos – com a energia solar através das renováveis - esse poder acabou. Infelizmente estamos muito longe deste cenário. Mas não me choca, como profissional do sector, pensar que daqui a cem anos podemos estar a viver nesse contexto. Se pensarmos como vivia o homem há cem anos atrás, esse cenário futuro é tão diferente do de hoje como aquele que se vivia há um século. Está ao alcance do homem.

Portugal continua a ser um dos países mais dependentes do petróleo. Estes investimentos que a Galp está a realizar vão reduzir essa dependência?
O país não tem fontes de energia fóssil.

Outros também não a têm e conseguiram resolver o problema, por exemplo, com o nuclear.
A única fonte que não temos é o nuclear. Quando se falou de energia nuclear, debate em que participei quando era novo no famoso livro branco da energia nuclear, o sistema eléctrico português não aguentava uma central. Essa discussão começou em finais de 60 início de 70 e as centrais nucleares construíram-se na sua maioria entre 1975 e 1985. A primeira pergunta que um engenheiro faz é a seguinte: como é que abasteço o mercado se a central disparar, sair de serviço? A rede é tão grande que não existia outra capacidade capaz de a substituir, nem ligações às redes internacionais para nos socorrer. Hoje qualquer central portuguesa, se disparar, arranca outra em substituição de modo que ninguém sente nada em casa. Só quando Portugal tiver as interligações com Espanha que se estão a discutir é que se pode começar a discutir se devemos, ou não, ter nuclear.

E é a favor ou contra?
Não sou a favor nem contra. A central nuclear tem um risco de segurança. Não há cidadão nenhum que se sinta confortável com uma fábrica que, embora produza um bem que todos desejamos, tem como resíduo um produto que não sabemos bem o que lhe fazer. Embora exista a expectativa de que o homem, um dia, saberá o que fazer com os resíduos nucleares. Depois existe a questão das emissões de radioactividade. Nesse domínio sinto-me mais tranquilo. A tecnologia já evoluiu o suficiente para que o resíduo dessas emissões esteja dentro dos riscos que se podem aceitar.

Pensa então que não devemos fechar a porta ao nuclear, esperando apenas que as redes de ligação a Espanha sejam mais sólidas?
Neste mundo sedento de energia não devemos fechar a porta a nenhuma opção. Todas devem ser debatidas. Os que pensam sobre estes temas dizem que a grande fonte de produção de hidrogénio vai ser através da electrólise da água realizada com energia eléctrica produzida por fusão nuclear e não por cisão nuclear.

A fusão é mais segura…
Não tem resíduos. Há grandes projectos de investimento em fusão nuclear, há quase protótipos a funcionar e fala-se em mais 50 anos para poder começar a ser comercializável. Se o homem tivesse possibilidade de dispor, em termos competitivos, de fusão nuclear o problema energético estava resolvido. Consegue produzir electricidade e hidrogénio sem resíduos.

Gostaria que a Galp fosse a empresa escolhida para a próxima privatização? Fala-se também da REN e EDP.
Das empresas que referiu do sector energético aquela em que o Estado tem a menor participação é a Galp. Tem 1% na CGD, onde estão concentrados os direitos especiais do Estado, mais 7% na Parpública. A Galp Energia tem um ‘floating’ bastante baixo, há mais pessoas a comprar que a vender. Eu tenho acções da Galp e não vendo. Se o Estado colocasse os 7% no mercado iria contribuir para um maior ‘floating’ da empresa, satisfazendo uma procura que existe. Nós temos claramente uma procura para essas acções. Mas é uma decisão que não é da empresa. O Estado é que tem decidir. Se o decidir fazer, a Galp recebe bem essa decisão e colaborará para uma boa colocação dessa acções.

A Galp não foi subavaliada na operação de privatização?
O meu critério é a valorização subsequente, o que pode ser simplista. Por vezes a nossa memória é curta. Um ano antes do IPO [colocação em bolsa] houve uma compra de uma participação num ambiente de alguma competitividade. A seguir foi avaliada por vários bancos, uns escolhidos pela própria empresa, outros pelo accionista vendedor que era o Estado, que recomendavam a venda por um valor entre 4,3 e 4,5 mil milhões de euros. O Estado acabou por vender por 4,8 mil milhões, acima das avaliações. A nossa capitalização bolsista [valor no mercado] está nos 9,1 mil milhões de euros [antes das recentes quedas na bolsa]. O nosso Ebitda [recursos gerados] recorrente é da ordem dos 900 milhões de euros, estamos com um valor que é dez vezes [o Ebitda].

E o que explica essa valorização?
Todo o sector se valorizou. A média de crescimento do sector energético por acção, este ano, foi de 30%. Sem fazer nada teríamos crescido isso. A nossa valorização, só para simplificar, está na ordem dos 90% [a Gal foi vendida em bolsa a 5,81 euros]. Um terço dessa subida é explicado pelo sector. Num juízo qualitativo, o outro terço deveu-se à estabilidade accionista e objectivos claros. O restante deve-se à transparência e clareza na comunicação com os investidores e ao facto de termos posto em marcha todas as linhas de actuação que anunciámos na altura da privatização.

O TGV terá algum impacto na Galp?
Não, nós usamos o transporte marítimo para exportação. Não usamos muito o transporte por terra. Só é utilizado para as estações de serviço.

E o novo aeroporto?
O combustível para é das áreas de maior crescimento da nossa casa hoje. Cada vez mais todos nós andamos mais de avião. Vemos com muito empenho o melhoramento dos nossos aeroportos.

Porque é que os preços dos combustíveis acompanham tão bem a subida dos preços do petróleo e tão mal a descida? Parece um puzzle.
Não é um puzzle. Há alturas em que a margem é negativa, como aconteceu em Dezembro. Nós temos, em média, todos os dias, um navio a carregar, outro a descarregar e outro no mar alto. Compramos em todo o mundo. Se por exemplo estivermos a carregar hoje o preço será a média da cotação no dia da carga, uns dias antes e uns dias depois. Depois de gerimos risco. Na refinaria processamos 300 mil barris dia e não compramos todos os dias essa quantidade. O que faço é comprar em papel, no mercado de futuros, todos os dias 300 mil toneladas, e vendo o papel no dia em que carrego.

Considera então que não há mais resistência na descida que na subida?
Há um desfasamento entre 30 a 60 dias entre a descida ou subida do crude e o seu reflexo no consumidor. Só que quando as coisas melhoram ninguém nota. A refinação é uma actividade bonita em termos económicos, porque compra e vende mercadorias. E o preço de cada um delas é de uma grande transparência. O preço do combustível de avião é como ver a taxa de câmbio de uma moeda. Há um mercado como há para o gasóleo e o crude. A Galp vende gasolina e gasóleo à sua rede de distribuição a cotações internacionais. E vende também à sua concorrência a esses preços. O que é independente do preço do crude. Já fui ‘trader’ nesta área por isso digo que se vive neste sector em total concorrência.


“Vou para onde me levarem, durante duas semanas”

As férias da sua vida foram uma aventura de carro pelos fiordes. Ferreira de Castro e Chopin são-lhe especiais.

Como vão ser as suas férias?
Como sempre com os meus filhos, a minha netinha e a minha mulher.

Quantos anos tem a sua netinha?
Tem dois anos e meio. É uma princesa.

Vai para onde?
Vou para onde me levarem durante duas semanas. Não tenho nenhum nível de exigência. Eles é que mandam.

Quais foram as férias da sua vida?
Eram os mais filhos mais novos, foi uma viagem de carro ao longo dos fiordes da Noruega sem hotel nem nada marcado. Gostava de repetir essas férias, mas agora terá de ser numa carrinha. Na altura do degelo e de Norte para Sul.

Que livros é que está a ler?
Tenho sempre dois livros na minha mesa-de-cabeceira. Um que para reler e outro que é ler. Estou a reler ‘The world is flat’, de Thomas Friedman. Ajuda-nos a pensar o mundo, mostra que estamos muito mais próximos uns dos outros do que pensamos. E estou a ler um livro que me foi oferecido pelo embaixador da Espanha em Venezuela Raul Morodo ‘Dos maestros del pensamento iberico’, que são Fernando Pessoa e Henrique Tierno Galván. Duas personalidades que viveram em períodos sucessivos da história, e um era pessimista e o outro optimista. Olhavam para o presente e tentavam adivinhar o futuro. E os dois quase acertaram. O primeiro era pessimista e veja o que aconteceu depois do período pós liberalismo em Portugal. O segundo era optimismo e vê-se o aconteceu em Espanha nos últimos anos.

Tem um livro que é o da sua vida?
Sou de Oliveira de Azeméis e não há ninguém que seja de lá que seja insensível ao Ferreira de Castro. Os meus pais foram emigrantes e eu também fui emigrante. Li toda a sua obra.

Os seus pais foram emigrante onde?
Os meus pais foram emigrantes em Venezuela. Posteriormente também vivi lá por razões profissionais. Os meus pais hoje vivem em Portugal. Nunca vivi com os meus pais na Venezuela, fiquei em Portugal com os meus avós.

Que coincidência ter depois ido parar à Venezuela…
Nós às vezes ajustamos por vezes o nosso caminho. Quando tive oportunidade de ser colocado fora do país e me deram a opção de ir para a Venezuela, escolhi. Uma escolha pela relação emocional que tinha.

Televisão, vê?
Nunca vejo televisão nem vou ao cinema. Quando chego a casa desligo a televisão. Têm de me dizer o que se está a passar. Só vejo se for uma entrevista com alguém.

E DVD também não vê?
Vejo com a família, para fazer companhia. O meu tempo livre é dedicado ou a exercício físico – que infelizmente é pouco e o preferido é caminhar - ou a ler ou a ouvir música.

E que tipo de música é que gosta?
Todo o tipo de música. Mas adoro piano. Chopin é o meu preferido. Desde jovem e incuti esta vocação nos meus filhos que tocam os dois piano. É um sonho que eu nunca atingi.

Não vai ao ginásio?
Não. Tenho uns aparelhos em casa e gosto imenso de caminhar.

E propor um projecto de ginásio com piscina aqui na Galp?
Não pode ser.

E jornais, lê?
Leio os económicos à noite, não de manhã, para não me perturbar a vida. E um diário generalista que rodo todos os dias.

Chega aqui sem informação?
Oiço as notícias de manhã no rádio do carro o e tenho um sistema aqui que me diz o que é importante. Leio o que me diz respeito, notícias sobre as quais tenha eventualmente de reagir.

Não gosta de internet?
Não tenho tempo. Mas uso o mail intensivamente

E como é o seu dia? Acorda cedo.
Estou sempre aqui na Galp às 8 da manhã. E saio daqui às 8 a 9 noite. Nunca saí daqui cansado.

E fica aqui fechado? Nem sai para almoçar?
Considero que se gasta muito tempo a almoçar fora. Almoço quase sempre em trabalho mas convido as pessoas a almoçarem aqui.

Nas férias lê jornais?
Leio. Gosto muito de ler, desde pequeno.

E desliga-se do mundo nas férias, o telemóvel…
Não. Mas tenho tido o privilégio de as pessoas com quem trabalho me respeitarem muito. O que quer dizer que só me ligam quando é realmente necessário. Não me desligo da empresa em férias.

Quem é que não gostaria de ver nestas férias?
Qualquer que seja a pessoa, tenho gosto de a ver.

Quando seremos como os nórdicos, onde as famílias vendem energia para a rede.
Mas isso já é possível. Eu sou um pequeno produtor de electricidade que vendo à EDP, o que me dá muito prazer e um certo gozo pessoal. Facturo entre 400 a 600 euros mês. Tenho duas micro-instalações de geração eléctrica, uma na cidade do Porto e outra em Vale de Câmara, na casa da aldeia que era dos meus sogros

Qualquer pessoa pode fazer isso?
Qualquer pessoa pode fazer isso desde que se disponha a uma peregrinação administrativa que é complexa. Quem fez essa peregrinação foi o meu filho mais novo que com perseverança conseguiu essas licenças, cumprindo trâmites acessíveis a qualquer cidadão.

Quanto é que investiu?
Em cada uma das instalações cerca de 30 mil euros. São centrais fotovoltaícas e a única coisa que é preciso é limpar de vez em quando os painéis, tratá-los com cuidado.

Perfil
Manuel Ferreira de Oliveira, 58 anos, é presidente da comissão executiva da Galp Energia desde 2006. É um regresso. Já tinha estado na então Petrogal de 1995 a 2000. Os seis anos fora do sector da energia, os únicos na sua carreira, passou-os à frente da Unicer. Licenciado em engenharia electrotécnica na faculdade de Engenharia do Porto, é doutorado Universidade de Manchester. Viveu, diz, 34 meses nessa cidade e o mais velho dos seus dois filhos é mancuniano. Começou a sua vida profissional como professor catedrático em 1978 e ao mesmo tempo foi gerente de uma pequena central térmica e trabalhou para uma delegação da antecessora da EDP no Porto. Mas em 1979 tem um convite e sai do país, para a Venezuela onde os seus pais tinham sido emigrantes e onde nunca tinha estado. Só regressa a Portugal em 1995. Nesses anos trabalhou sempre no sector da energia um pouco por quase todos os continentes - Europa, Japão e Estados Unidos. Vai para a Venezuela trabalhar para a Lagoven, uma empresa participada da Petróleos de Venezuela, sucessora da Creole Petroleum Corporation, subsidiária da Exxon. Trabalhou em cargos executivos ou na administração para BP Bitor Energy em Londres, na Nynãs Petroleum em Estocolmo, Ruhr Oil de Dusseldorf e PDV Serviços de Haia. Profundo conhecedor do sector como se percebe pela entrevista, é igualmente um apaixonado pela energia: “É uma actividade muito bonita”. Sereno gosta mais de ouvir do que falar.

in Diário Económico

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Maior central solar inaugurada na Alemanha

A empresa alemã de energias renováveis Juwi colocou em funcionamento hoje, em Brandis (leste da Alemanha), a maior unidade de energia solar do mundo, ao ativar o primeiro campo de 100 mil placas fotovoltaicas.

A companhia informou que o primeiro campo solar inaugurado produzirá seis megawatts de energia solar e, quando a unidade estiver terminada, em 2009, gerará até 40 megawatts por hora anuais.

A empresa disse que a unidade solar, que terá cerca de 550 mil placas fotovoltaicas, evitará a emissão de 25 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2).

Matthias Willebacher, membro do Conselho de Direção de Juwi, afirmou que "a energia solar não só cuida do meio ambiente, mas gera independência das onerosas energias importadas e cria novos postos de trabalho".

Além disso, a central solar significará "uma prova dos avanços na redução de custos na indústria fotovoltaica", devido à dimensão da unidade e de suas possibilidades de economia.

O investimento para o campo solar chegou a 130 milhões de euros (US$ 175 milhões), financiados através dos recursos de investimento do banco público regional Sachsen LB.



in Invertia

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Direcção-Geral de Energia recusa ligações à rede

A Direcção-Geral de Geologia e Energia decidiu que em Setembro não vai aceitar novos pedidos de informação prévia (PIP) para ligação à rede de instalações de produção de electricidade em regime especial, à excepção da hídrica e da fotovoltaica.

Num despacho, datado de 1 de Agosto, o director-geral de Energia, Miguel Barreto, justifica a decisão com o «esgotamento da capacidade disponível da rede para receber mais potência».

As únicas excepções à apresentação de pedidos de informação prévia para ligação à rede, durante o período de 1 a 15 de Setembro, serão para os aproveitamentos hidroeléctricos, já com o titulo de utilização do domínio hídrico, e para as centrais fotovoltaicas com potência inferior ou igual a 5 kilowatts.

«O novo quadro regulamentar introduzido pela publicação da Lei da Água e as recentes metas definidas pelo Governo para a energia hídrica, que visam revitalizar o potencial ainda por explorar, veio enquadrar a necessidade de promover as centrais hidroeléctricas», refere o despacho.

No caso da energia fotovoltaica, a Direcção-Geral de Energia refere que será dada prioridade a projectos em escolas promovidos por Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS), por terem como duplo objectivo sensibilizar as camadas mais jovens para a utilização de energias renováveis e canalizar a totalidade das receitas de venda de energia eléctrica para acções de solidariedade social.



in Diário Digital

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EDP cria MyEnergy

A EDP criou a MyEnergy, uma marca vocacionada para as energias renováveis e produtos de microgeração. A promoção do produto será direccionada para clientes que habitem vivendas unifamiliares, todo o ano. Numa primeira fase será abrangida a região do Algarve (cerca de 22 mil clientes), estendendo-se depois a todas as restantes regiões do continente, num universo total de 300 mil clientes.

A Solução Solar Térmica é a primeira linha da nova gama de produtos da recém-criada marca. Segundo a empresa, os sistemas solares térmicos permitem aos clientes poupar na factura de energia, uma vez que deixam de pagar pelo aquecimento da água (a solução fornece cerca de 60 a 80 por cento das necessidades dos consumidores), asseguram autonomia no abastecimento, podendo ainda deduzir 30 por cento do valor investido no IRS, até 761 euros.

A EDP seleccionou a Ao Sol, a SunTechnics e a Vulcano como parceiros para a instalação dos painéis solares térmicos. Após análise individual das necessidades e condições da casa do consumidor, é proposta uma solução, garantindo a empresa a instalação, a assistência pós-venda e manutenção necessárias à máxima rentabilização do sistema.

Os consumidores podem recorrer a um financiamento até 10 anos e definir uma prestação igual ao valor que deixam de pagar pela energia consumida actualmente para o aquecimento de água. Esta opção é disponibilizada pela Caixa Geral de Depósitos. Durante a campanha de lançamento, até 31 de Outubro deste ano, todos os equipamentos têm um desconto de 10 por cento.

in Ambiente Online

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EDIA constrói mini-hídricas

A Edia acaba de lançar o concurso para a instalação de duas novas centrais mini-hídricas no Alvito e em Odivelas, cujo valor base é de 4,6 milhões de euros. Juntas vão ser responsáveis pela produção de 23 Gwh por ano.

A mini-hídrica de Alvito, a construir à saída da tomada de água do canal Alvito/Pisão, terá uma potência instalada a rondar os 3,5 MW, enquanto que a de Odivelas poderá alcançar uma potência instalada perto dos 2,6 MW. Esta central vai ficar situada à entrada da albufeira da barragem de Odivelas, no terminal do adutor que liga o canal Alvito/Pisão a Odivelas. Associam-se assim à mini-hídrica do Pisão, já concluída, e com uma potência instalada de 640 kW. A sua produção média anual será de 2 Gwh.

Para além destas três, estão previstas centrais mini-hídricas em Vale do Gaio, Roxo e Serpa, e uma central reversível na Estação Elevatória dos Álamos, num total de sete pequenas centrais a instalar na Rede Primária do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, representando, no seu conjunto, uma potência instalada superior a 22 MW. A sua instalação aproveitará os caudais transferidos de Alqueva para os diferentes sub-sistemas de rega (Alqueva, Pedrógão e Ardila) na produção de energia limpa.

in Ambiente Online

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sábado, 18 de agosto de 2007

Aquecimento termosolar começa a ganhar lugar ao sol

Um dos maiores entraves à disseminação do uso da energia solar para aquecimento de água no país - a falta de uma legislação específica - está sendo derrubado nas principais capitais brasileiras.

Em São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte, leis que incentivam o uso do aquecimento termosolar foram aprovadas nos últimos meses e devem dar impulso para a instalação de sistemas nas três cidades. Na mesma direção, pesquisa realizada pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), executado pela Eletrobrás, está mobilizando seis universidades de cinco estados para avaliar a situação real das instalações desses sistemas e quais são os outros obstáculos que a popularização do aquecimento solar enfrenta no Brasil.

Sob orientação técnica do Green Solar, centro de referência no tema localizado na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em Belo Horizonte, a pesquisa, inédita, abrange 800 sistemas usados nos setores residencial, industrial e de serviços e envolve 49 pessoas ligadas às universidades e à Eletrobrás/Procel. Os levantamentos já estão sendo realizados em Belo Horizonte, Campinas (SP) e no Rio Janeiro. Em Belo Horizonte, que tem cerca de duas mil instalações e por isso considerada a capital solar do Brasil, a pesquisa começou com uma visita ao Hospital João XXIII, referência no tratamento de queimados. Neste hospital, há uma área exclusiva aos pacientes que utiliza aquecimento solar, por permitir o controle da temperatura para água.

"Vamos avaliar a economia obtida pelo uso dos aquecedores solares nas próprias obras", informa Elizabeth Pereira, coordenadora Green Solar. Quem usa os sistemas também será ouvido no levantamento. "Além das condições da instalação em si, pesquisaremos o nível de satisfação dos usuários finais", afirma Emerson Salvador, chefe da Divisão de Suporte Técnico de Conservação de Energia da Eletrobrás/Procel.

No Rio de Janeiro, onde as pesquisas estavam previstas para começar em outubro, os trabalhos foram antecipados: os pesquisadores da Uerj já terminaram a pesquisa de campo, iniciadas em abril, em 23 revendas, cujo resultado foi enviado para análise estatística pela equipe da PUC-MG. As pesquisas nas 224 instalações (localizadas em academias e clubes, hotéis e motéis, residências e hospitais) já estão a pleno vapor, com previsão de término para fins de setembro.

A pesquisa, espera a professora Elizabeth Pereira, permitirá que se obtenha uma radiografia da área em todo o país. "A criação dessa base de dados e respectivo tratamento estatístico das informações levantadas permitirão identificar os pontos críticos, como treinamento e capacitação", afirma a especialista. Segundo ela, o Brasil teria condições de apresentar um mercado de aquecimento solar de energia tão forte quanto os países que mais investem em energia termosolar, como Alemanha, Israel e China. Para isso, porém, teria que aumentar a área total dos coletores, de cerca de três milhões de metros quadrados de hoje para quatro milhões de metros quadrados.

Rio sustentável - No Rio de Janeiro, projeto da vereadora Aspásia Camargo, do Partido Verde, também tenta atingir aquele que, para ela, é o inimigo público número um de uma cidade sustentável: o chuveiro elétrico. Segundo estudos, 40% da demanda atual de água quente poderia vir do aquecimento solar. Aspásia acredita que as leis municipais sancionadas em Belo Horizonte e São Paulo ajudam muito a aprovação do projeto no Rio. "O Brasil está acordando para a sua realidade. Seria um desperdício total não saber usar o que a natureza nos deu: energia solar na maior parte do território, o ano inteiro", afirma.

Para ela, o maior obstáculo que a energia termosolar enfrenta no Rio é a falta de conhecimento. "Ainda há muitas pessoas conservadoras que tem receio de abrir mão do chuveiro elétrico pela energia solar", avalia a vereadora. Para Aspásia, se na hora da construção já estiver prevista a utilização do sistema, a resistência será menor porque não haverá necessidade de uma reforma ou mudança drástica.

Aspásia já tem até a estratégia para difundir o uso do aquecimento termosolar quando a lei de sua autoria for aprovada pela Câmara de Vereadores. "Pretendemos começar pelos clubes, academias, empresas do setor de serviços e indústria. Com as mudanças climáticas em curso no mundo, a geração de energia torna-se um problema dramático, por isso, todo mundo tem simpatia por causas como a da energia solar", acredita. Para mostrar a importância da aprovação da lei, a vereadora articulou uma audiência pública na Câmara, da qual participaram Emerson Salvador e Ary Vaz Pinto Jr., do Centro de Pesquisas em Energia Elétrica (Cepel). "Essa é uma boa oportunidade para o Rio se equiparar a outras capitais em termos de uso de energia limpa e ainda faturar no mercado de carbono", afirma Aspásia.

De acordo com os dados do Procel e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE),o uso de chuveiro elétrico numa casa com quatro pessoas, por exemplo, é responsável por 22% do total da conta de luz. O setor residencial responde por quase 25% do consumo total de energia elétrica no país e o aquecimento de água para banho é responsável por aproximadamente 6% de todo o consumo nacional de energia elétrica no total e, no horário de pico (entre 18h e 21h), por 20% da demanda residencial.

Aos poucos, leis que facilitam a adoção do aquecimento de água são adotadas Brasil afora, por exemplo, em São Paulo: Duas leis municipais já garantem a instalação de sistemas para a captação de energia solar nas novas edificações residenciais, comerciais e industriais, além das construções de iniciativa do município. As leis prevêem a instalação de aquecimento solar como apoio ao gás ou energia elétrica nos edifícios na cidade.

Porto Alegre: Lei municipal criou o Programa de Incentivo ao Uso de Aquecimento Solar. O objetivo é promover medidas necessárias ao fomento do uso e ao desenvolvimento tecnológico de sistemas de aproveitamento de energia solar.

Belo Horizonte: Foram aprovados dois projetos: um reduz o IPTU para aqueles que adotarem o sistema, uma das ações da política municipal de incentivo ao uso de formas alternativas de energia; outro obriga os empreendedores da construção civil a utilizarem a tubulação específica em prédios residenciais.

Campina Grande (PB), Varginha (MG) e Birigui (SP) também sancionaram leis que criam incentivos ao uso de aquecedores solares. Já Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba têm projetos de leis nesse sentido tramitando em suas câmaras de vereadores.

in Portal Fator

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Nuna 4 testado na Holanda

O automóvel Nuna 4, propulsionado a energia solar, foi testado no dia 14 de Agosto no circuito de Daf, em Sint-Oedenrode, Holanda.

A viatura será apresentada durante o World Solar Challenge, na Austrália, a 21 de Outubro deste ano. No certame, inventores e grupos empresariais que apostam nas potencialidades da energia solar mostrarão os resultados em várias áreas. O objectivo é depender menos do petróleo e combater os elevados níveis de poluição.

in Correio da Manhã

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Uso eficiente da biomassa para energia

A fatia da contribuição da biomassa para o balanço energético nacional, que é hoje de 10,6%, correspondendo a 2,8 Mtep de energia primária, pode ainda ser aumentada, especialmente pelo seu mais eficiente uso. Na realidade, 20 % da biomassa contabilizada é utilizada no sector doméstico. Atendendo a que o imposto de IVA sobre a biomassa tem a taxa máxima de 21%, contra 5% na electricidade e no gás, só uma parte pequena das lenhas utilizadas no sector doméstico são contabilizadas, levando a que a importância real da biomassa seja na realidade muito superior. Por outro lado, a biomassa é maioritariamente utilizada em lareiras abertas, levando a que a eficiência no seu uso seja muito baixa.

A utilização de biomassa para a produção de electricidade correspondeu a 1,1 Mtep tendo-se gerado 1 082 GWh com uma potência instalada de 363 MW, a maioria em unidades industriais ligadas à indústria da celulose *, madeira e cortiça utilizando processos de co-geração (DGGE, 2004).

A valorização da biomassa florestal para energia, é uma forma de controlar as emissões de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera, uma vez que a quantidade de CO2 emitida na combustão da biomassa é igual à captada pela planta aquando do seu crescimento. Assim, na medida em que a biomassa consumida substitui combustíveis fósseis, e a biomassa recolhida minimiza a eclosão e propagação dos incêndios florestais, a utilização de biomassa de uma forma sustentável contribui decisivamente para a redução do efeito de estufa e para o cumprimento do Protocolo de Quioto a que Portugal se obrigou.

Este benefício é ainda mais relevante se a biomassa for eficientemente utilizada tornando mais eficaz a substituição de combustíveis fósseis. Assim, deve-se dar prioridade aos métodos e às tecnologias mais eficientes no uso da energia, tendo em conta a definição adoptada pela Directiva Europeia 2001/77/CE, de 27 de Setembro: “a fracção biodegradável de produtos e resíduos da agricultura (incluindo substâncias vegetais e animais), da floresta e das indústrias conexas, bem como a fracção biodegradável dos resíduos industriais e urbanos”.

Neste sentido, a utilização da biomassa para energia deverá obedecer aos seguintes critérios mínimos:

1. Nos equipamentos e edifícios de serviços e residenciais, com destaque para piscinas, escolas, pavilhões gimno-desportivos, hospitais, hotéis, etc., a biomassa (entre outras na forma de briquetes e peletes) deverá ser utilizada com equipamentos de queima com eficiências superiores a 75% para produção de energia térmica;

2. Na indústria deverá ser privilegiada, sempre que possível, a utilização da biomassa para co-geração baseada na utilização útil da energia térmica, permitindo eficiências globais superiores a 60%. Será de excluir centrais dedicadas exclusivamente para a produção de electricidade, pois não permitem rendimentos efectivos superiores a 25%.

in Alvor de Sintra (Crónica de Luís Fernandes)

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Crescimento do consumo eléctrico no mínimo desde 2002

O ritmo de crescimento do consumo eléctrico atingiu em Julho, em termos acumulados desde o início do ano, o mínimo desde 2002, acentuando a tendência iniciada no ano passado. O clima ameno, o fecho e deslocalização de indústrias muito energéticas e a baixa no consumo das famílias e serviços, num contexto de crise económica, são as razões apontadas por especialistas para o que chamam "boa notícia". A manter-se este padrão, 2007 pode ser o primeiro ano em que o consumo energético sobe abaixo do Produto Interno Bruto (PIB), o que indica que Portugal está a produzir mais, gastando menos.

Segundo as estatísticas da Rede Eléctrica Nacional (REN), até Julho, o consumo acumulado desde Janeiro cresceu apenas 1,3%, face a igual período do ano passado, e é o valor mais baixo desde, pelo menos 2002 (não há registos anteriores no "site" da REN), ano em que, até ao mesmo mês, crescera 2,3%. Entre 2003 e 2005, o consumo de electricidade subiu entre 5% e 6%, ao ano, bem acima do PIB, fazendo de Portugal um dos países com menor eficiência energética.

Já em 2006, o crescimento do consumo abrandou (para 2,6%), apesar de, mesmo assim, continuar acima do PIB (que aumentou 1,3%). Este ano, a manter-se o padrão de aumento da procura abaixo dos 2% e a cumprirem-se as estimativas para o crescimento económico (1,8%), Portugal pode estar no arranque de um ciclo de ganhos de eficiência semelhante ao que se operou, por exemplo, a Irlanda nos anos 90.

Boa notícia por más razões

Mas por que baixa o consumo de electricidade? As causas apontadas agora são as mesmas que explicaram o abrandamento de 2006, sendo que a principal é fruto, sobretudo, da "sorte" o Inverno foi pouco rigoroso e o Verão não está a ser muito quente, reduzindo as necessidades de aquecimento e arrefecimento.

Mas outras explicações, sublinha Francisco Ferreira, derivam, infelizmente, de "más razões". "As pessoas estão com dificuldades económicas, o que as força a ter outra preocupação com a eficiência energética", afirma, fazendo o paralelo com aquilo que tem vindo a notar-se no consumo dos combustíveis rodoviários. "Os preços sobem, anda-se menos de carro", afirma. E nas empresas e serviços, afirma, há indicadores de que cada vez se fazem mais auditorias energéticas, no sentido de aliviar a factura.

José Penedos, presidente da REN, acrescenta outra "má razão" para explicar esta "boa notícia" o encerramento de "indústrias pesadas" e altamente energéticas. É o caso de sectores como o têxtil pesado, a cerâmica e, até o automóvel, que têm sido generosos em exemplos de encerramentos e deslocalizações. "Há alguma crise", sintetiza o gestor, que diz ser visível uma quebra nos consumos em alta e média tensão. Já na baixa tensão (domésticos e pequenas empresas e serviços) verifica-se "grande sensibilidade" ao preço, ajudando a "baixar o consumo".

As boas notícias do sector eléctrico, contudo, não ficam por aqui. Segundo a REN, as albufeiras hidroeléctricas estavam em Julho a 68% da sua capacidade, o máximo desde 2003 (quando atingiram 71%).

"O ano hidrológico tem sido acima da média", destaca José Penedos. Resultado a produção com base em grandes hídricas subiu 44% face ao ano passado, permitindo usar menos centrais térmicas (quebra de 19%).

Os ganhos, sublinha Francisco Ferreira, são diversos ao recorreremos menos a centrais a gás, carvão ou fuel e mais a hídricas e outras renováveis (a produção das eólicas, por exemplo, disparou 69% face ao ano passado), Portugal está a "baixar a factura energética" porque importa menos combustíveis fósseis e, além disso, está a emitir menos gases de efeito de estufa. "O Protocolo de Quioto [que limita as emissões] só arranca em 1 de Janeiro de 2008, mas era bom que este padrão se mantivesse", afirma.

No médio-prazo, todos estes factores, aliados à duplicação das exportações de energia, vão ter, ainda, mais um efeito benéfico (ver caixa), aliviando os aumentos da electricidade em 2008.


Exportações e produção aliviam tarifas em 2008

As exportações de electricidade para Espanha duplicaram até Julho face ao período homólogo de 2006. O disparo nas vendas, explica José Penedos, deve-se a alterações no sistema espanhol, obrigado a comprar parte da sua energia na bolsa portuguesa (OMIP, que vende agora para entrega futura), e ao facto de a REN procurar optimizar o balanço entre o que importa e exporta. Este estatuto de "comprador único" de energia - de que a REN gozou até finais de Junho, antes de entrar em vigor o Mercado Ibérico de Electricidade (Mibel) -, explica Penedos, permitiu à empresa gerir as trocas, com ganhos para o sistema nacional, despachando para Espanha energia barata (hídrica), mas também a mais cara (eólica). E o certo é que, se metade dos ganhos financeiros fica na REN, a outra é repartida pelos consumidores, por via das tarifas, devendo ter reflexos já em 2008. A ajudar a aliviar o preço estará também o facto de os custos de produção serem agora mais baixos (por se recorrer menos às centrais térmicas) e, ainda, haver menos consumo. Todos estes factores vão ser tidos em linha de conta pelo regulador do sector (ERSE), quando chegar a hora de fazer contas aos aumentos de 2008. E, segundo outras fontes do sector ouvidas pelo JN, não havendo imprevistos até ao fim do ano, tudo indica que os portugueses não vão sentir grandes sobressaltos no preço da electricidade. Este ano, as tarifas das famílias subiram 6% em Janeiro e vão cair 2,2% a partir de 1 de Setembro.

in Jornal de Notícias

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quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Plano energético das Minas Gerais dá bons resultados

O Programa de Gestão Energética Estadual (PGEE), implantado pelo Governo de Minas em 2004, gerou uma economia de R$ 5,1 milhões no custo da energia elétrica consumida em 22 prédios públicos estaduais, nos últimos três anos. Coordenado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, o programa tem o objetivo de racionalizar o consumo de energia elétrica nos órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual. Busca, ainda, a eficientização de centros de consumo em prédios públicos estaduais, utilizando recursos realizados através da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Para alcançar essa economia no custo da energia, além dos investimentos em melhorias, as Comissões Internas de Conservação de Energia (CICEs) realizaram revisões dos contratos de fornecimento de energia, modulações de carga e reeducação comportamental de servidores desses prédios. Na política de gestão adotada pelo PGEE, é a própria unidade que decide o quanto irá pagar pelo insumo energia elétrica e não a concessionária de energia. Esse controle do preço só é possível através do conhecimento dos diversos aspectos que envolvem o setor energético, ou seja, deixa de ser apenas uma questão de consumir e pagar.

Em um único prédio, a sede do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), a economia chegou a R$ 1 milhão. Outras medidas que também contribuíram para esse resultado foram o treinamento dos servidores que integraram a Comissão Interna de Conservação de Energia e o controle do horário de uso dos equipamentos elétricos, diminuindo o consumo e controlando a demanda. Como forma de reconhecimento pela diminuição do consumo de energia, o prédio recebeu da Cemig R$ 278 mil para a melhoria do sistema de iluminação.

Outra unidade do DER que também obteve resultado positivo foi a regional de Juiz de Fora (30º CRG - DER) que apresentou uma economia de cerca de 65% do gasto com energia elétrica nos últimos três anos.

No Hospital João XVIII, foi gerada uma economia de R$ 626 mil e investidos R$ 313 mil em iluminação e R$ 100,9 mil na instalação de equipamentos de aquecimento de água por energia solar para o setor de atendimento de queimados.

in Correio de Uberlândia

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Húngaro percorre o mundo em veículo solar

O húngaro Louis Palmer partiu de Lucerne, na Suíça, no dia 3 de julho a bordo de um carro movido a energia solar para dar uma volta ao mundo. Hoje, dia 13, o grupo de expedição que conta com mais seis pessoas, entre assistentes técnicos e guias, está em Beirute, no Líbano. Palmer é o idealizador do Solartaxi, veículo de cinco metros de comprimento, com reboque de 6 m2 composto de células solares que produzem eletricidade suficiente para rodar 100 km por dia. A energia é armazenada em uma nova bateria do tipo ZEBRA, sendo possível dirigi-lo à noite.

O húngaro quer percorrer pelo menos 14 mil km, por 40 países dos cinco continentes, durante 14 meses. O objetivo é mostrar que existem soluções disponíveis para o aquecimento global. Por onde passar Palmer visitará cientistas, políticos e outras pessoas interessadas no assunto para apresentar seu carro e discutir o tema na realidade dos diversos países. A viagem pode ser acompanhada pelo blog que o grupo mantém no endereço http://solartaxi.divio.ch.

in Autonews

Eólicas em Oliveira do Hospital

A empresa ENEOP2 pretende instalar quatro torres eólicas no concelho de Oliveira do Hospital.
Trata-se de um investimento de 10 milhões de euros, devendo o parque começar a ser construído no primeiro trimestre de 2009. Será primeiro parque de energia eólica a ser instalado no concelho oliveirense.
O presidente da câmara de Oliveira do Hospital adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que o projecto prevê a instalação de quatro torres, com capacidade individual de produzir 2 MW e no total 8 MW.
Mário Alves revelou que serão construídos em duas zonas. Um na zona da Lomba da Malhada Larga, por cima da povoação da Gramaça e o outro no limite do concelho, na zona do Barroqueiro. “Mas ainda não sei como será feita a distribuição das quatro torres eólicas”, referiu o autarca.
Os parques ficarão instalados em terrenos baldios da freguesia de Aldeia das Dez.
O projecto vai ser agora levado a uma próxima reunião do executivo camarário e depois terá também que ser aprovado em assembleia municipal.
Em Portugal, o primeiro parque eólico foi criado em 1988 em Santa Maria (Açores), mas actualmente a distribuição destas centrais abrange quase todo o território nacional com aproximadamente 1.131 MW de potência instalada até Fevereiro 2006, 106 parques eólicos e 703 turbinas eólicas.
Cerca de metade dos parques eólicos (48 por cento) em Portugal são parques pequenos, com potências entre 1 a 10 MW. Cerca de 30 por cento dos parques têm uma dimensão média, com potências entre 10 a 25 MW. Apenas existe um parque eólico com potência superior a 50 MW.

in As Beiras Online

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Procura de gás da Petrobás crescerá 19%

A oferta de gás natural para o mercado interno deverá chegar a 134 milhões de metros cúbicos por dia em 2012, prevê o Plano de Negócios da Petrobras divulgado hoje (14). O volume é equivalente à demanda prevista para o período, 'considerando despacho máximo para as usinas termelétricas', o que só ocorre em situação extrema de escassez de energia de origem hídrica. O Plano leva em conta um crescimento médio de 19,4% na demanda anual.
Da oferta total prevista, 72,9 milhões de metros cúbicos de gás natural ao dia serão provenientes da produção interna; 30 milhões referem-se ao contrato de fornecimento com a Bolívia; e 31,1 milhões virão da importação de gás liquefeito, para a regaseificação em unidades que ainda serão construídas.
O Plano indica a meta de ampliar a oferta de gás para suprir emergencialmente as usinas térmicas geradoras de energia, em caso de demanda plena. Duas unidades de regaseificação estão previstas - uma na Baía de Guanabara (RJ) e outra em Pecém (CE), com capacidade de processar até 20 milhões de metros cúbicos de gás liquefeito.
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, não definiu local, data e nem quantas dessas unidades poderão ser ainda construídas, mas esclareceu que a demanda plena só será necessária em caso de escassez de energia hídrica: "O gás será destinado essencialmente para as usinas termelétricas, o que dará maior flexibilidade ao mercado. Esse consumo estimado de 134 milhões de metros cúbicos por dia é uma situação improvável, mas temos que estar preparados para a possibilidade de ela vir a se concretizar'.
Desse total de consumo estimado até 2012, o documento da Petrobras prevê demanda de 42,1 milhões de metros cúbicos pelo setor industrial; 43,9 milhões pelos setores automotivo, residencial/comercial, refinarias e usinas de fertilizantes; e os restantes 48 milhões de metros cúbicos/dia referem-se à demanda interruptível - pode não ser necessário esse volume - das usinas termelétricas.

in Gazeta Mercantil

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Investidores de eólicas querem maiuor estabilidade

Por movimentarem cifras bastantes elevadas em negócios cujo retorno se dá em médio e longo prazo, os investidores em energia eólica ainda esperam posicionamento mais claro do governo federal a respeito desta matriz energética para poderem fazer aportes mais maciços. Na avaliação do diretor da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abee), Fernando Ramalho, ´o Brasil precisa dar mais estabilidade aos investidores no longo prazo. Do contrário, eles vão levar os parques para a Ásia´.

A entidade propõe que o governo se comprometa com a disponibilização, a cada ano, de 1.000 Megawatts (MWs) em potência eólica. ´Para ter um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ritmo que se deseja, é preciso ampliar a matriz energética a cada ano em 4.000 MWs´, aponta.

Outro pleito do setor é a reserva para que os leilões restritos à comercialização de energia eólica, separando-as das demais fontes renováveis. ´O custo por Megawatt previsto com a construção de um parque eólico já chega bem próximo ao valor cobrado para as novas usinas hidrelétricas´, argumenta. Até dezembro de 2008, prazo final do Proinfa, devem ser implantados 14 parques eólicos que somam potência instalada de 500,5 Mega Watts (MWs) e devem movimentar capital de R$ 2 bilhões. Como hoje o Ceará tem uma demanda energética que varia entre 1.000 e 1.200 MW/hora, a energia gerada corresponderá, a partir de 2009.


in Diário de Nordeste

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Brasil vai ter de racionar energia

O presidente do Instituto "Acende Brasil", Cláudio Salles, revelou em entrevista concedida à Rádio CBN Vitória durante a manhã desta terça-feira, que o Brasil tem 28% de chances de entrar em um novo racionamento de energia. Segundo ele, nem mesmo as ações já previstas para o setor, salvariam o país da crise prevista para 2011.

Salles declarou que se todas as iniciativas do Governo Federal tiverem êxito, o país contará com um déficit na produção anual de energia de 1500 megawatts. A energia é suficiente para abastecer 40% de um Estado como o Rio de Janeiro. O déficit atual é de 3500 megawatts.

"Estamos em sinal de alerta para que medidas sejam tomadas. Devemos cuidar de nossas principais fontes de energia e buscar outras", completou o presidente do Acende Brasil. Ele garantiu que as fontes alternativas, como a energia eólica e solar, são complementares.

O Acende Brasil chegou a esses dados ao trabalhar com informações fornecidas pelo Ministério de Minas e Energia (MME), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O estudo considerou variantes como o armazenamento de águas nos reservatórios, estímulos à construção de novas usinas, os resultados insatisfatórios do leilão de energia alternativa recentemente realizado e o termo de compromisso assinado entre Petrobrás, MME e Aneel, sobre a oferta de gás.

Também foi considerado o fato de as usinas do Rio Madeira não ficarem prontas antes de 2012, assim como a Usina Nuclear de Angra 3. As opções são vistas como saídas para o problema.

in Gazeta Online

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Geladeira solar para resfriamento de leite

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco desenvolveram um novo sistema de refrigeração à base de energia solar, que poderá beneficiar produtores rurais de leite no Nordeste brasileiro.

O sistema resfria o leite por meio de um processo de absorção sólida. O projeto foi desenvolvido por Ana Rosa Mendes Primo, professora do Grupo de Engenharia Térmica do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE, e por Rogério Klüppel, professor aposentado da Universidade Federal da Paraíba.

De acordo com Ana Rosa, o sistema, que atinge temperatura mínima de 7ºC, começou a ser desenvolvido em 2002, quando o Ministério da Agricultura estabeleceu novas normas técnicas para a coleta e o transporte de leite em propriedades rurais.

"A lei determina que todo tipo de leite deve ser refrigerado ainda no local de produção, o que causa dificuldades para os produtores, uma vez que a maioria tem acesso precário e caro à energia elétrica", disse Ana Rosa à Agência FAPESP.

Contando só o leite bovino, Pernambuco produz cerca de 186 milhões de litros por ano. A bacia leiteira se concentra no agreste (71%). O sertão produz 16% e a zona da mata 10%. A atividade emprega cerca de 80 mil pessoas no estado.

Segundo a pesquisadora da UFPE, a tecnologia de refrigeração solar poderá contribuir para diminuir o êxodo rural em todo o Nordeste, aproveitando as condições climáticas favoráveis de céu limpo e pouca precipitação ao longo do ano.

A geladeira solar é composta por um coletor solar plano, cujo interior é cheio de sílica gel - material usado para absorver umidade. O sistema tem uma válvula de passagem de água com acionamento manual.

"A sílica gel libera vapor d'água a partir da ação do sol. Quando o sol incide sobre o reator, o calor penetra no coletor e a sílica começa a expulsar o vapor d'água, que é direcionado para o condensador, liquefeito e acumulado em um recipiente", disse.

Evaporador

Segundo Ana Rosa, no meio da tarde, quando o calor começa a diminuir, é preciso abrir a válvula para que a água desça para o evaporador, produzindo a refrigeração dos baldes de leite. "O vapor retorna pelo mesmo caminho pelo qual passou a água. Quando o sol volta a nascer, é hora de fechar a válvula e recomeçar o ciclo", explicou.

Os pesquisadores trabalham agora para incorporar à geladeira solar um controle automático para a válvula, dispensando a abertura manual para a liberação da água no fim do dia. "A idéia é incorporar uma válvula solenóide operada por energia solar, criando um sistema independente para ela", disse a pesquisadora.

Atualmente, uma produção de cem refrigeradores solares faria com que cada unidade custasse em torno de R$ 5, na avaliação dos pesquisadores. "É um custo mais que razoável, levando em conta que o tempo de vida útil de cada equipamento é de 30 anos", disse. Segundo Ana Rosa, a empresa paraibana Solartech, que pertence a Klüppel, pretende fabricar o equipamento.

in Inovação Tecnológica

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domingo, 12 de agosto de 2007

Entrevista com Luís Ramiro Diaz López, administrador da Union Fenosa para a Galiza e Portugal

A entrada em funcionamento em Portugal, a 1 de Julho deste ano, do mercado de spot, em que empresas espanholas e portuguesas podem comprar e vender energia diariamente, "veio colocar mais em evidência o problema das interconecções, ou da falta delas, entre a rede de transporte de energia espanhola e portuguesa". Um facto que faz com que "a electricidade produzida em Espanha custe mais cerca de 20 euros por MW/hora no mercado português do que no espanhol", diz, em entrevista ao DN Luis Ramiro Díaz Lópes, administrador da Union Fenosa. Apesar deste senão e de ter saído perdedora nas duas fases do concurso para a atribuição de uma nova potência eólica em Portugal, a eléctrica espanhola prepara-se para investir em várias frentes no mercado português.

Como é que a Union Fenosa pretende posicionar-se no mercado português de energia?

O mercado português tem de ser visto no contexto do mercado ibérico de electricidade (MIBEL). E se é verdade que nos últimos anos os governos de Portugal e Espanha fizeram um esforço para ultrapassar alguns dos obstáculos à criação de um mercado único regional, também é verdade que outros aspectos, muito importantes para que as empresas espanholas possam entrar no mercado vizinho, continuam por resolver. Definindo prioridades e simplificando. É o caso das interconecções, ou da falta delas, entre as redes de transportes de energia dos dois países.

Porque é que esse é prioritário?

Porque a 1 de Julho deste ano começou a funcionar em Portugal aquilo que designamos tecnicamente de mercado spot, ou seja, o mercado diário, onde se pode comprar e vender energia hora a hora - desde o ano passado que já funcionava o mercado a prazo, através de contratos bilaterais -, e isto colocou mais em evidência o problema. Porque para se vender energia diariamente é preciso que haja capacidade de transporte. Como não há, o preço sobe. Assim, a energia produzida em Espanha e exportada para Portugal, tanto em horas de pico como nas de baixo consumo, é mais cara cerca de 20 euros por megawatt do que se for vendida no mercado espanhol. Os dados falam por si. Se analisarmos os preços praticados entre 1 e 9 de Julho, verificamos que em horas de baixo consumo o megawatt/h de energia eléctrica produzido e vendido em Espanha custou 35,08 euros e o que foi vendido em Portugal custou 56,34 euros, ou seja, mais 57%.

Tudo isso se deve apenas às interconecções?

Sim, porque não há capacidade de transporte suficiente para escoar a energia de Espanha para Portugal. O lógico seria que fosse tudo ao mesmo preço.

As empresas responsáveis pelas redes de transporte dos dois países, REN e REE, já anunciaram projectos de reforço das interconecções para os próximos anos. Isso resolveria o problema?

Estão a ser estudadas duas interconecções importantes entre os dois países, uma a norte e outra a sul. Com estas duas ligações chegaríamos aos 3000 megawatts de capacidade de interconecção total. Isto resolveria o problema a médio prazo. Mas é preciso que se acelere a sua construção. Leva-se quatro anos a estudar e a resolver questões administrativas, quando uma linha pode ser construída em dois anos. Portugal precisa de energia e em Espanha a produção de electricidade é excedentária. Além disso, temos muita produção eólica, hídrica, de ciclos combinados e de carvão, ou seja, temos um mix de geração equilibrado que permite uma oferta sólida e a um bom preço, desde que não haja transporte.

Mas há outras razões que levam a que o preço da energia comercializada em Portugal seja mais caro...

Bom, não gosto de falar de vários problemas quando existe um em concreto que pode ser resolvido. É preciso reforçar as interconecções. Este também é um problema europeu. Espanha tem um défice de interconecções com França, que se está a tentar resolver agora, mas neste momento estamos a falar de Portugal.

A Union Fenosa já é a terceira maior comercializadora no mercado livre de electricidade português. Como vê a evolução deste mercado?

Portugal tem no mercado livre pouco mais de 11% da energia que consome. Uma percentagem assegurada, em grande parte, pelos clientes de média tensão, embora não sejam estes quem está em maior número. Não há praticamente grandes clientes. E estamos a falar de um mercado com 67 000 clientes de um universo de quatro milhões e meio de consumidores.

Se analisarmos estes números, podemos chegar à conclusão de que o mercado livre português tem uma dimensão muito pequena. Além disso, 94% dos clientes são da EDP e o resto são da Endesa e da Union Fenosa. Mas temos vindo a crescer.

in Diário de Notícias

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Porto Alebre (Brasil) incentiva uso de energia solar

Porto Alegre, RS - A capital gaúcha foi a primeira cidade brasileira a contar com uma legislação de incentivo ao uso de energia solar. Em novembro do ano passado, a Câmara de Vereadores aprovou o uma lei que cria o Programa de Incentivos ao uso de Energia Solar nas Edificações.

O objetivo da lei é promover medidas necessárias ao fomento do uso e ao desenvolvimento tecnológico de sistemas de aproveitamento de energia solar. O que se discute, agora, é a regulamentação da matéria.

Várias sugestões neste sentido foram apresentadas ontem (08/08) na palestra do coordenador do projeto Cidades Solares do Instituto Vitae Civilis, Délcio Rodrigues, durante o projeto Quarta Temática das Cidades. A série de eventos, que tem como objetivo debater questões relacionadas a qualidade de vida da capital gaúcha, estreou na sala 111 da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. A iniciativa é do Núcleo Amigos da Terra/Brasil e da SMAM.

Porto Alegre tem a mesma insolação que o Centro-oeste e parte do Nordeste, informou Délcio. "É igual a de Brasília", comparou. Para o pesquisador há um imenso campo para expansão desse tipo de geração energética.

E acrescentou: se todo mundo tomar banho de chuveiro elétrico no horário de pico, no começo da noite, não há como atender a demanda. "Nem construindo Angra III, Santo Antônio e Jirau ou Belo Monte", apontou. Hoje, 20% do consumo geral durante o horário de pico vêm dos chuveiros.

O chuveiro elétrico é um dos vilões do consumo de energia dos lares brasileiros: 67% das casas utilizam esse aparelho, sendo que 90% das residências estão nas regiões Sul e Sudeste. O banho quente abocanha 30% da conta de energia elétrica.

O encontro, que reuniu técnicos da Smam, arquitetos, empresários e interessados, debateu formas de ampliar o uso da energia alternativa. Em São Paulo, por exemplo, está se tornando obrigatório o uso de coletores solares em residências com mais de quatro banheiros. Já na Paraíba, há desconto de 10% no IPTU para quem adota o sistema.

O secretário de Meio Ambiente de Porto Alegre, Beto Moesch, informou que a semana que vem será realizada uma reunião para dar andamento à regulamentação. Ele anunciou que a cidade terá uma praça "ecológica" no bairro Jardim Sabará onde a energia solar será utilizada.

Texto de Silvia Franz Marcuzzo para a EcoAgência. Reprodução autorizada, citando-se a fonte.

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Central nuclear brasileira pronta em 2013

A usina nuclear de Angra 3 deverá começar a operar em 2013, informou, nesta quinta-feira (9), Márcio Zimmerman, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, durante a audiência pública para discutir o Programa Energético Brasileiro. O debate foi promovido pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).

Zimmerman disse que passou a ser imperativa a conclusão de Angra 3, pois a usina vai contribuir para o cenário futuro do setor elétrico e a energia nuclear terá papel cada vez mais importante. O potencial hidrelétrico do país estará esgotado no horizonte de 2025/2030 e é necessária uma transição da hidrelétrica para a termelétrica, afirmou.

A opção da energia nuclear pode, entre outras vantagens, conforme enumerou o secretário de Planejamento do MME, contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Os cenários do Plano Nacional de Energia 2030 indicam, segundo ele, a necessidade de novas usinas térmicas nucleares, variando de 4.000 a 8.000 MW de acréscimos.

A conclusão de Angra 3 e a continuidade do programa nuclear brasileiro vão permitir a manutenção da participação da energia nuclear na matriz elétrica brasileira e, observou ainda Zimmerman, é preciso iniciar os estudos de localização das futuras centrais nucleares.

O secretário de Planejamento do MME disse que Angra 3 será competitiva do ponto de vista econômico, comparada a outras fontes térmicas. A usina será construída na mesma área licenciada para as usinas Angra 1 e 2, integrantes da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ).

- Angra 3 é uma cópia de Angra 2, e isso é uma vantagem. Não vamos onerar o consumidor. A usina será muito bem-vinda pelo setor elétrico - afirmou.

A expansão planejada pelo governo no setor energético, segundo informou, é de 70% de fonte hídrica e 30% de fonte térmica. Esses planos, disse, identificam o incremento da oferta de energia da ordem de 40.000 MW.

Urânio

Alfredo Tranjan Filho, presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), explicou, na audiência pública, todo o trabalho da entidade e disse que as atuais reservas brasileiras de urânio são suficientes para o atendimento previsto nos próximos 30 anos pelo Plano Nacional de Energia 2030.

O potencial adicional dessas reservas, de cerca de 800 mil toneladas, permite a inserção do Brasil entre as três maiores nações do mundo com esse produto, informou. O presidente da INB disse ainda que trabalhos de prospecção deverão ser feitos para a confirmação dessa estimativa.

O urânio, segundo explicou, é uma expressiva fonte de recursos que poderia propiciar o financiamento de todo o ciclo de combustível e, eventualmente, proporcionar autonomia da INB em relação ao Tesouro Nacional.

in Agência Senado

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Airtricity aluga terrenos transmontanos para eólicas

Foi dado mais um passo que visa a instalação Airtricity na zona de Bragança. Ontem a empresa ligada à exploração de energias renováveis , as juntas de freguesias e comissões de baldios assinaram os protocolos de Cessão de Exporação de Terrenos de Baldios para Fins Industriais, para a instalação de parques eólicos.

Além dos reponsáveis da empresa rubricaram os acordos os autarcas de São Julião de Palácios, Rabal, Deilão e Babe e as Comissões Directivas de Baldios de São Julião de Palácios, Vilarinho, Laviados, Guadramil e Rio de Onor. A assinatura destes contratos surgiu depois de um periodo de negociações entre a câmara de Bragança, juntas de freguesia, responsáveis pelos baldios, proprietários de terrenos e a Artricity.
A empresa começa já apagar a renda pela utilização dos terrenos. O autarca releva o facto deste passo significar o início de uma intenção de investimento anunciada a 19 de Abril deste ano e que está a avançar, memso com a oposição do Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho. A empresa, uma joint-venture entre o promotor irlandês de energia eólica Airtricity e a portuguesa Enerbaça-Energias Renováveis, anunciou a intenção de desenvolver projectos de energia eólica até 600 MW, em Bragança e Vinhais. Um investimento global de 200 milhões de euros.

in BCD

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