quinta-feira, 5 de julho de 2007

Uma cozinha solar

Face ao exponencial aumento de consumos de energia derivada da queima de combustíveis fósseis e aos problemas ambientais locais e globais associados urge que a actividade de exploração nas unidades fabris e a vida quotidiana de cada ser humano se paute por práticas de boa eficiência na utilização dos recursos naturais, incluindo os energéticos, de modo a manter boas condições de equilíbrio na natureza para vida dos dias de hoje e de amanhã no que respeita às gerações vindouras.

As cozinhas solares conhecidas há muitas décadas, mas utilizadas por um número restrito de pessoas, assumem-se sem sombra de dúvida como um pilar importante que urge dar importância quebrando o cepticismo a elas associado através da demonstração efectiva do seu potencial de utilização em vários contextos, tanto no dia à dia na casa de cada família bem como nas cantinas das escolas, das fábricas, dos lares de idosos, de instituições diversas, bem como na restauração, piqueniques, etc.

As cozinhas solares permitem cozinhar alimentos com calor resultante do aproveitamento da energia solar. Os modelos mais comuns e mais simples não tiram partido da acumulação de calor, isto é, apenas permitem cozinhar os alimentos nas horas em que há sol. Estes modelos são normalmente classificados em cozinhas do tipo painel, tipo caixa ou tipo parabólico.

Podem ser confeccionados vários pratos lentamente ou tão rapidamente como no fogão a gás ou eléctrico, sendo possível cozinhar todos os tipos de ementas com cozinhas solares desde que se disponha do equipamento com tipologia adequada. Qualquer um dos tipos de cozinhas solares pode ser utilizado no dia-a-dia de uma forma regular na casa de cada um de nós desde que exista espaço disponível com incidência da radiação solar para a sua colocação.

As cozinhas solares também podem ser utilizadas em piqueniques, mesmo em lugares onde não é recomendável ou onde é proibido fazer fogo, embora neste caso as cozinhas solares do tipo parabólico com elevada potência não devam ser utilizadas devido ao risco de incêndio associado a descuidos na sua utilização.

Em países subdesenvolvidos a lenha é actualmente o principal recurso porque as populações não têm acesso ao gás e nem à electricidade. Nestas regiões estão já a surgir graves problemas de desflorestação sendo necessário dia após dia percorrer distâncias maiores em busca de mais feixes de lenha. É pois óbvio que neste contexto as cozinhas solares constituem uma interessante alternativa do ponto de vista ambiental e também humanitário. Também nos campos de refugiados a utilização de "kits" de cozinhas solares mais básicas é visto como uma solução que ajuda a resolver muitos problemas porque por vezes a comida chega aos refugiados mas não chegam os meios de a confeccionar.

Em termos gerais as cozinhas solares constituem uma interessante via para a sensibilização dos cidadãos relativamente às diferentes aplicações das energias renováveis que nas últimas décadas se têm desenvolvido, mas ainda com muito potencial de utilização por explorar em termos práticos.

Para saber mais sobre "Cozinha Solar" visite, www.solarcooking.org.

in Jornal Online da Universidade de Évora

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